quarta-feira, 28 de setembro de 2011

coisa simples e boba, já dizia Caio, existe muito pouco.

alguém já te olhou por bastante tempo sem desviar?
em algum dia quando você menos esperava alguém disse que você era linda e irresistivelmente encantadora?
e aquele beijo surpresa que durou minutos incontáveis?
aquela mão procurando a sua durante a noite? o outro corpo procurando o seu.
alguém já teu deu alguma flor em um dia comum?
sabe: te roubar numa dessas tardes quaisquer e não querer te devolver pro mundo.
receber uma ligação sem que estivesse esperando.
entende? coisa simples e boba...


brigadeiro de panela também é simples e bobo né?

Deixa?

Deixa eu sentir saudades tuas sempre? Eu sei, é insano dizer. Mas tem noites - quase que a maioria, quando não estou contigo - que me pego pensando em você. E repensando e voltando a pensar até que o sono chegue. Demora, sabe? Isso de contar até três e sentir a respiração ficando serena só acontece quando é teu braço que me serve de travesseiro. Aqui, os lenções custam a esquentar, eu custo a aquecer e a respiração fica serena um tanto tardia. Vê a culpa de quem é, quando eu chego atrasada? No fundo, no fundinho mesmo, é toda tua, que tem noites que não se faz meu e eu fico aqui, alimentando uma saudade irrisória de tão boba. Improvável. É. Eu sei. Compreendi que as horas que passo trabalhando não supre a necessidade para matar saudade. Falta toque, por lá. E tem dias que falta troca de olhares, troca de palavras. E isso me inunda de uma melancolia que sei que não viria em outras semanas desses mesmo mês.
Felicidade é que passa, embora, talvez, eu não queira que passe. É boa essa saudade de querer mais (demais). De querer trocar o travesseiro fofo por teu abraço coberto e me esconder no teu pescoço cheiroso mascarado levemente com cigarro. Eu odeio admitir, mas tem uma parcela mínima nesse teu hábito feio que até acho bom, sabe? Deixa tudo mais a tua cara essa mescla de perfume com tabaco. Algo totalmente particular teu. Tão meu, sabe? Então? Posso sentir saudades sempre? Posso ser boba e alegre e apaixonada e encantada e um tanto chata e ciumentinha nas oito ponto oito horas e nas horas que vem depois? Posso? Deixa eu te inundar de mensagens, de recadinhos, de querer em? Promete que não sufoca?
Sonha acordada e faz planos mirabolantes.
Inventa novas cores pra enfeitar o desenho,
que é sempre do mais bonitos.
Espalha palavras doces pelo caminho
e espera que as letras sejam devoradas.
E são. Sempre são.

Os corações têm fome de afeto.

.Briza Mulatinho.
'Detalhes tão pequenos, são coisas muito grandes pra esquecer.. E a toda hora vão estar presentes, você vai ver...
Não importa os motivos da guerra, a paz ainda é mais importante que eles.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Caio F. Abreu

"... a ventania de primavera levando para longe os últimos maus espíritos do inverno, cheio de flores em jardins remotos."
"E eu sou um pouco mais estranha do que ser estranha permite.
Sou estranha além do charme de ser estranha."

Tati'Berbardi

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Não sabia de onde vinha.

Só sabia que sentia.

Olhando pro nada. Ela sorria. Poderia ter cometido um crime. Poderia amar em segredo. Poderia ter lembrado de coisas boas. Ela sorria. Como quem abafa um suspiro. Como quem guarda um segredo. Mas não era, nem segredo nem nada. Era felicidade e era muito. Perguntava de onde e por que. Mas não tinha resposta. Ou tinha.

- Não tem jeito meu bem, uma hora na vida a gente tem que ser feliz.

Então era.

'Vanessa'Leonardi

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

"... Deverias chamar-te claridade
pelo modo espontânea
franco e aberto
com que encheste de cor
meu mundo escuro."

Vinícius de Moraes.
Certas palavras podem dizer muitas coisas;
Certos olhares podem valer mais do que mil palavras;
Certos momentos nos fazem esquecer que existe um mundo lá fora;
Certos gestos,parecem sinais guiando-nos pelo caminho;
Certos toques parecem estremecer todo nosso coração;
Certos detalhes nos dão certeza de que existem pessoas especiais...

Vinícius de Moraes

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.

Vinícius de Moraes
Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...

Vinícius de Moraes

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Palavra e Silêncio

 Meu bom humor é de graça. Aceite. A cartilha do riso me ensina a enganar os olhos, se vejo a tristeza distraída pelos cantos, corto a volta. Aguento meu alto índice de alegria, minha poção mágica pro desespero. Aperte nas mãos meus caprichos e costura pequenos detalhes. Moro no acaso, o simples é minha corrente de esperança. Não aceito papel de má. E boazinha é um apelido quase feio. Fico no meio termo. A virtude não me atrapalha e o improvável sempre me aceita.

Às vezes escorrego, mesmo equilibrada na minha estante de conceitos. Aprenda a me ler. Apenas leia. Gosto de me esconder nas entrelinhas, de escapar nas vírgulas, de me perder nos pontos. Eu me faço, refaço, pinto e bordo do jeito estranho e poeta que sei ser. Carrego comigo o mundo, as músicas, as lembranças de que, teimosa, não sei me desfazer e sorrio com chuva nos olhos, porque sempre tem algo pra se esconder. Maquiagem de graça essa, discreta como só o beija-flor sabe ser. Vou plantando o riso nas esquinas, colhendo o amor estilhaçado e reconstruindo vidas, principalmente a minha.

Tem sempre algo que falta, tem sempre uma saudade infinita, tem sempre um amor antigo, um amor morrido e um amor novinho pra ser inventado. E se é assim, invento. E reinvento todos dias, botando mais açúcar quando dá vontade ou colorindo da cor que bem desejar. Mas tem que ser doce, aceite. Preciso da doçura caminhando lado a lado, do sabor de mel nos lábios, porque já estou calejada de amargura e acidez. Não, não, não.  Tem que ser doce, pra aguentar o peso de todas as mentiras esfoladas que são continuamente arremessadas sobre o nosso dia-a-dia.

Então, por favor, aceite. A embalagem que carrego é transparente. Meus olhos possuem a doçura como lacre. Vejo o que desejo. Fecho os olhos quando perco o tino. Porque não possuo o poder de não errar. Gosto de ser humana. Meus defeitos são gritantes e minha boca costuma cuspir silêncios rodeados de solidão. Não, eu não costumo ser sozinha. Eu ando rodeada de gente. É que ás vezes minha multidão é vazia. Não ria, eu crio personagens. É minha forma de lidar com esse teatro que está montado no peito. Eu sou artista sem platéia. Criança de palavras tortas, Menina que aprendeu a não julgar. Mulher que não se esconde quando quer gritar.

E você, me aceita?

Maria Fernanda Probst em parceria com Ju Fuzetto.
O que eu sou não lhe diz respeito, em parte nenhuma lhe toca. Mas se quiser mesmo saber de mim, experimenta não me perguntar. E talvez assim desperte minha vontade de contar.

.Verônica'Heiss

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

" - Às vezes sinto falta de mim.
- Eu também, menina.
- Sente falta de si?
- Não, de você... E dói.

(Silêncio)

- Me abraça?
- Sempre."

.Acasos'Afortunados.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Você pode ter todos os defeitos do mundo, mais ainda é melhor do
que o resto do mundo.

.Tati'Berbardi

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Parecia que alguém tinha recém pintado o céu, de tão azul. Respirei fundo. Setembro chegou enfim.

Caio F. Abreu