sábado, 29 de maio de 2010

Desalento


Sim, vai e diz
Diz assim
Que eu chorei
Que eu morri
De arrependimento
Que o meu desalento
Já não tem mais fim
Vai e diz
Diz assim
Como sou
Infeliz
No meu descaminho
Diz que estou sozinho
E sem saber de mim

Diz que eu estive por pouco
Diz a ela que estou louco
Pra perdoar
Que seja lá como for
Por amor
Por favor
É pra ela voltar.

quinta-feira, 27 de maio de 2010


♪ Quero ver você com esses olhos
Olhando pra mim, olhar inteiro
Falo bem baixinho e completo
Passando a mão no teu cabelo
Esqueço que a hora passa e invento
Um modo de ficar por muito tempo
Seguro tua mão e me contento
Fazendo isso durar por toda vida

(...)

Se me disser que amanhã é tarde
Te falo mil razões que me invadem
Preciso de você o mundo inteiro
Agora que já sabe da um jeito

Eu vou esperar você amor
Pode ser o tempo que for
Eu tenho a eternidade aqui comigo ♪



Que eu mergulhe no roxo deste vazio de amor de hoje e sempre e suporte o sol das cinco horas posteriores, e posteriores, e posteriores ainda.

Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 26 de maio de 2010


Me arde uma alegria, que não aceita ser felicidade, porque a felicidade é uma palavra muito longa e a alegria tem pressa. Uma alegria de deitar na grama e sentir que está molhada e não se importar com a roupa orvalhada e não se importar com à hora e com os modos, uma alegria que é inocência, mas sem culpa para acabá-la. Uma alegria que é descobrir os objetos no escuro. Uma alegria repentina, que me faz entortar o rosto para proteger. Uma alegria como um tapete que fica somente curtindo no centro. Uma alegria de ficar com pena dos anjos e de suas asas pesadas como duas montanhas nas costas, suas asas como dois irmãos brigando em dia de chuva. Uma alegria de perceber que quanto mais gasto o tempo com os outros mais sobra para mim. Uma alegria que não volta para a estante porque não saiu de nenhum livro lido. Uma alegria que se antecipa e faz sala ao quarto. E quase me faz acreditar que sou possível.

domingo, 23 de maio de 2010


'Gosto do riso de tudo.
De flores.
De gente.
De bichos.
Dos dias de céu azul lisinho...
Às vezes, eu vejo até o riso contido do que não tem coragem de rir'.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Caminho em frente por sentir saudades...


Era saudade, sim, eu pude dar nome quando tocou o meu instante com mãos de surpresa e me convidou pra sentir. Eu deixei que crescesse, que expandisse seus ramos, que florisse com calma, sem tentar adiá-la ou entretê-la, essas coisas que às vezes a gente tenta fazer com saudade que machuca, e vez ou outra até consegue. Mas aquela, eu pressenti pela melodia do perfume que emanava, aquela não tinha a mínima intenção de ferir. Aquela não saberia, ainda que tentasse. Aquela, eu sei, não tentaria.

Não era daquelas saudades que fazem a musculatura da vida ficar toda contraída de dor. Daquelas que amordaçam as flores e espantam as borboletas. Daquelas que engasgam o canto e fazem as asas encolherem. Daquelas traiçoeiras que, na primeira oportunidade, quebram as pontas dos nossos lápis de cor. Daquelas que escondem os brinquedos da gente nas prateleiras mais altas e, por via das dúvidas, encurtam os braços do nosso contentamento. Daquelas que inflam nuvens que depois inundam tudo de carencia e de tristeza. Não, aquela não.

Aquela era uma saudade feita de um punhado de sorrisos viçosos floridos no jardim da memória. Era pássaro que cantava macio na árvore mais frondosa da minha gratidão. Era mar que estendia ondas suaves de ternura por toda a orla dos meus olhos. Aquela era dessas saudades que toda vez que dizem acendem um mundaréu de estrelas no céu do coração. Era uma certeza de que a vida sempre arruma maneiras para apróximar as almas irmãs, esses anjos vestidos de gente que tornam mais fácil e mais feliz a nossa temporada de aulas e recreios nesse mundo.

Aquela era dessas saudades bem-vindas que trazem também descanso e alegria na sua cesta de bênçãos. Era dessas saudades que derrubam cercas e desenham pontes. Era dessas saudades que desembrulham lembranças que deixam o instante da gente todo perfumado de DEUS. Aquela era dessas saudades generosas que bordam sol no tecido da alma com seus lindos fios de amor.

quarta-feira, 19 de maio de 2010


"Aos caminhos, eu entrego o nosso encontro."

Caio Fernando Abreu

sábado, 15 de maio de 2010


Conta pra mim de onde a gente se conhece. De onde vem a sensação de que sempre esteve aqui, quando eu sei que não estava. Conta por que nada do que diz sobre você me parece novidade, como se eu estivesse lá, nos lugares que relembra, quando sei que não estive. Conta onde nasce essa familiaridade toda com os seus olhos. Onde nasce a facilidade para ouvir a música de cada um dos seus sorrisos. Onde nasce essa compreensão das coisas que revela quando cala.Conta de onde vem à intuição da sua existência tanto tempo antes de nos encontrarmos.

Conta pra mim de onde a gente se conhece. De onde vem o sentimento de que a sua história, absolutamente nova, é como um livro que releio aos poucos e, ao longo das páginas, apenas recordo trechos que esqueci. Conta de onde vem a sensação de que nos conhecemos muito mais do que imaginamos. De que ouvimos muito além do que dizemos. De que as palavras, às vezes, são até desnecessárias. Conta de onde vem essa vontade que parece tão antiga de que os pássaros cantem perto da sua janela quando cada manhã acorda. De onde vem essa prece que repito a cada noite, como se a fizesse desde sempre, para que todo dia eu posso dormir em paz.

Conta pra mim de onde a gente se conhece. De onde vem essa repentina admiração tão perene. De onde vem o sentimento de que nossas almas dialogavam muito antes dos nossos olhos se tocarem. Conta por que tudo o que é precioso no seu mundo me parece que já era também no meu. De onde vem esse bem-querer assim tão fácil, assim tão fluido, assim tão puro. Conta de onde vem essa certeza de que, de alguma maneira, a minha vida e a sua seguirão próximas, como eu sinto que nunca deixaram de estar.

Conta pra mim por que, por mais que a gente viva, o amor nos surpreende tanto toda vez que vem à tona.

quarta-feira, 12 de maio de 2010


A próxima vez que a gente se encontrar eu vou te dar um beijo
Sem pensar, calado.
A próxima vez que a gente se beijar eu vou querer o mundo
Com você do lado.
Porque não tentar comigo
Porque querer ser seu
Amigo
Amigo não
Não há abrigo não
A próxima vez que a gente se encontrar eu vou te abraçar
Vou chorar vou morrer
Sopra te fazer
Sorrir...


Pra menina dos meus sonhos.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Segredos escondidos, varridos pra debaixo das cobertas.


Investir o tempo em você
É um lucro absurdo de vida e prazer
Cultivar o brilho em seu olhar
É a coisa mais bela que eu posso querer

Me transformo em luar
Pra saber dos seus pensamentos na beira do mar
Eu não penso em mais ninguém
O teu beijo fica comigo e me faz seu refém
Nossas vidas vão seguir, eu sei

Nos sinais que a sua pele traz
Tem nome de estrelas e constelações
Sei de cor as marcas de um verão
Da saboneteira ao vale dos seios

Me transformo em luar
Pra saber dos seus pensamentos na beira do mar
Eu não penso em mais ninguém
O teu beijo fica comigo e me faz seu refém
Nossas vidas vão seguir, eu sei

Já desisti de pensar
Mas não consigo esquecer
Eu sem você já não há
É o que o amor quer dizer

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O meu amor é assim...


Vive miudinho num canto, com medo de se manifestar.
Vive inibido e temeroso em algum lugar.
Finge que não existe, apavorado de você notar e se afastar.
Faz de conta que é amigo e por isso, vive escondido.
O meu amor disfarça a toda hora, brinca de ontem e de agora.
Anda por ai travestido de companheiro, pra ter você perto o tempo inteiro.
O meu amor é omisso de palavras românticas, é proibido de fazer declarações.
Amarrado pra não demonstrar as emoções, é impedido de dar carinho declarado.
Vive perdido e enclausurado.
Tudo isso só pra ter você do meu lado.
Meu amor virou clandestino, suplicante de um único instante de carinho.
Hoje ele é meu inimigo, porque vive junto comigo e não pode aparecer, porque só me faz sofrer.
É meu escudeiro invisível, triste e impossível.
O meu amor só não me provoca mais dor, porque quando me deito, sozinha no meu leito me enche de calor.
Meu amor anônimo, mascarado, sobrevive longe de você, ou do seu lado.
Sobrevive a cada minuto, enrustido e amargurado
...E assim a nossa vida vai passando... Eu vou te enganado que sou feliz...
Que aquilo tudo ficou pra trás...
Mas é mentira...

sábado, 8 de maio de 2010


Aonde cresci
Do que já Vivi
Não me lembro de nada na vida
Que mais se pareça com amor
Como lembro de ti

Na minha ilusão
O seu coração
É a peça perdida
No quebra-cabeças daquela emoção
Que um dia perdi

Flor,
Minha vida tá despetalada sem teu amor
E parece que nada vai mudar
Chuva que cai sem parar
Deixa no canto do peito
Esse gosto de dor

Vem, eu guardei o meu tempo de vida
Pra mais ninguém
Seja fogo de palha ou seja amor
Seja do jeito que for
Só de pensar em você
Já me faz tanto bem


Beijão à menina dos meus Sonhos *-*

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O pensamento é o território mais protegido do mundo...


...e vou crescendo assim. Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, inventar mundos, inventar amores. Acho graça onde não há sentido. Acho lindo o que não é. Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta.

Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. O simples me faz rir, o complicado me aborrece. Pra mim existem coisas que não precisam se explicadas. O que importa é o que faz os meus olhos brilharem, o coração bater forte, o sorriso saltar da cara. Tenho um coração maior do que eu, nunca sei minha altura, tenho o tamanho de um sonho. E o sonhos escreve a minha vida que às vezes eu risco, rabisco, embolo e jogo debaixo da cama.

Coragem eu tenho um monte. Mas medo eu tenho poucos. Tenho medo de filme de terror, tenho medo das pessoas, tenho medo de mim. Minha bagunça mora aqui dentro, pensamentos entram e saem, nunca sei a onde fui parar. Mas uma coisa eu digo: eu não paro. Perco o rumo, ralo o joelho, bato de frente com a cara na porta, sei aonde quero chegar, mesmo sem saber como. Eu vou. Sempre me pergunto quanto falta, se está perto, com que letra começa, se vai ter fim, se vai dar certo. Sempre pergunto se você está feliz, se eu estou linda, se eu vou ganhar estrelinha, se eu posso levar pra casa, se eu posso te levar pra mim, se o café ficou forte de mais. Eu sou assim. Nada de meias palavras. Já mudei, já aprendi, já fiquei de castigo, já levei ocorrência, já preguei chiclete debaixo da carteira da sala de aula, mas palavra é igual oração: tem que ser inteira se não perde a força.

Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual a gente grande. Fico séria, traço metas. mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu... beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói.

E eu amo. Amo igual criança. Amo com os olhos vidrados, amo com todas as letras. A-M-O. Amo e invento. Sem restrições. Sem medo. Sem frases cortadas. Sem censura. Sem pudor. Quer me entender? Não precisa. Quer me amar? Me dê uma bala, um bilhete, um brinde que você ganhou e não gostou, uma mentira bonita pra me fazer sonhar. Não importa. Criança não liga pra preço, não liga pra laço de fita e cartão de relevo. Criança gosta de beijo, abraço e surpresa!

Beijos à menina dos meus sonhos.

terça-feira, 4 de maio de 2010


Ai, ai
Vai ver é só você
Ai, ai
Vai ver é só você querer
Distante, imaginar
Caberia a quem dizer:
"Amor, eu vivo tão sozinho de saudade".

A menina dos meus sonhos... Sim... Ela sempre vai ter cheiro de flor quando rir.