terça-feira, 30 de agosto de 2011

.todos os dias.

O dono de um lírio

Penso em você todos os dias
às vezes mais, às vezes menos
algumas vezes nos pensamentos antes de adormecer
outras nas correrias do dia-a-dia
mas só para você saber, sempre penso
talvez mais do que eu tenho suportado
pois a ferida começa a arder, sufocar
não sei o que fazer com os beijos,
não sei o que fazer com os planos,
não sei o que fazer com as fotos,
não sei o que fazer com as poesias,
sopra um vento frio, queria que você viesse
queria mais um minuto nos seus olhos,
queria te fitar de novo até adormecer
queria acordar mais uma vez no seu abraço
e fazer caretas com o guardanapo...
as coisas tolas são as que mais ficam,
o importante sempre é passageiro,
mas a gente nunca nota, não é?

Embora você tenha ido, arranjou um jeito de ficar.

PS: Eu ao você pequena. Sou um lírio de AGOSTO.

Cáh'Morandi

Caio F. Abreu

'Fazia muito tempo que eu não tinha vontade de sorrir para nada nem para ninguém, então era extraordinário que ele conseguisse assim perturbar os cantos de meus lábios.'

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Caio F. Abreu


E quando alguém, no plano real, toma forma, a gente imediatamente projeta toda aquela emoção presa na garganta do sonho. E fatalmente se fode, porque está tentando adequar/ajustar um arquétipo, uma imagem de toda a nossa infinita carência, nossa assustadora sede, a uma realidadezinha infinitamente inferior."

Mas estou aqui, continuo aqui não sei até quando,
e quando se você quiser, precisar dê um toque. E te cuida, por favor, te cuida bem.

"Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras; e por tudo isso, ando cada vez mais só..."

"Tenho dias lindos, mesmo quietinhos"

"Repito sempre: sossega, sossega - o amor não é para o teu bico. "

(...)Nessa trajetória também há lagos vermelhos preenchidos com gotas de sangue, todas minhas que derramei quando arranquei meu coração e o trancafiei num baú que só pode ser aberto por meu grande amor desconhecido. Há também o lago transparente, de lágrimas do pranto que chorei agradecendo a mim mesma por não ter colecionado gotas de sangue inimigo no rio vermelho.

O amor no fim é frágil, frágil para reagir, forte para esquecer.

" Às vezes, quando ainda valia a pena, eu ficava horas pensando que podia voltar tudo a ser como antes... "

"Não querer mais depositar esperanças em nada que pudesse vir de fora, já que de dentro nada mais viria (...)"

Caio F. Abreu

'Podia ser só amizade, paixão, carinho. admiração, respeito, ternura, tensão. Com tantos sentimentos arrumados cuidadosamente na prateleira de cima, tinha de ser justo amor, meu Deus?'

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"Engole teu coração e se ama por dentro."

Caio F. Abreu

Cansei de jogar indiretas.
Da próxima vez, jogo gasolina e acendo um fósforo.

Caio F. Abreu

"Pra manter-me vivo, saio à procura de ilusões (...)"

Caio F. Abreu

"Sabe o que eu sinto? Tem duas coisas me puxando, dois tipos de vida
 - e eu não quero nenhum deles. Quero um terceiro, o meu."

Caio F. Abreu

(...) Sem apego.
Sem melancolia.
Sem saudade.
A ordem é desocupar lugares.
Filtrar emoções.

Caio F. Abreu

"Tudo acontece no seu tempo. Tudo acontece, exatamente, quando deve
acontecer."

sábado, 20 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

Ainda insisto em desentortar os caminhos.
Em construir castelos sem pensar nos ventos.

Caio F. Abreu

'E de repente a vida te vira do avesso, e você descobre que o avesso é o seu lado certo!'

Caio F. Abreu

"- Meu filho, os caminhos estão muito mais abertos do que você imagina. Só que
eles parecem tortos. Mas é por esses caminhos que parecem tortos que você tem
que caminhar, e as coisas vêm ao seu encontro. Você só tem que escutar os
caminhos e seguir por eles."

'Onde Andará Dulce'Veiga?

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"Existe sempre alguma coisa ausente.
Acho que a gente tem que vencer. Ou lutar. E ficar bem. Feliz. Criar. fazer. Se mexer.
Vontade que você estivesse aqui e eu pudesse te mostrar muitas coisas, grandes,
pequenas, e sem nenhuma importância, algumas.
Eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas
aquilo que eu queria ver em você.

Um café e um amor. Quentes, por favor.

Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha
de volta. (...) É aceitar doer inteiro até florir de novo.
Não era possível evitar por mais tempo uma onda que crescia, barrando todos os
outros gestos e todos os outros pensamentos.
A verdade é que ainda hesito em dar um nome àquilo que ficou, depois de tudo.
Porque alguma coisa ficou.
Então que seja doce. repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar
entrar o sol.

Sinto uma falta absurda de você. Ficou um vazio que ninguém preenche. e penso e repenso e trepenso em você aí... Tá tudo bem assim.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"Eu carrego comigo uma caixa mágica onde eu guardo meus tesouros mais bonitos.
Tudo aquilo que eu aprendi com a vida, tudo o que eu ganhei com o tempo e que
vento nenhum leva. Guardo as memórias que me trazem riso, as pessoas que
tocaram minha alma e que, de alguma forma, me mudaram pra melhor. Guardo também a infância tingida de giz. Tinha jeito de arco-íris a minha.

O pouco é muito pra mim. O simples é tudo que cabe nos meus dias.

Eu vivo de muitas saudades. E quem se arrebenta de tanto existir, vive pra
esbanjar sorrisos e flashes de eternidade.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

De repente, estou só. (...) De repente.
Com a mesma intensidade estou em mim.
Dentro de mim e ao mesmo tempo de outras coisas, numa sequência infinita
que poderia me fazer sentir grão de areia. Mas estar dentro de mim é muito
vasto.
Minhas paredes se dissolvem. Não as vejo mais...

Itinerário - Caio F. Abreu: Inventário do ir-remediável

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"Eu só vim lhe desejar um dia lindo.
Com flores pelos caminhos que você percorrer.
Com gente feliz ao seu redor.
Com chuvas de sorrisos e de olhares que vem da alma.
Não importa se grandes notícias não virão hoje.
Que também não venha as más.
Que seu dia seja de paz.
Que você esteja em paz.
E que você olhe os problemas de cima, e as pessoas que você convive, com olho
no olho.
Que as palavras do dia sejam 'leveza', 'doçura', 'calmaria', 'tranquilidade'.
E que suas próximas horas sejam carregadas de pensamentos positivos e muita
paz no coração.
Só vim te desejar um ótimo dia.
Colorido e florido.

Amém.

domingo, 14 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

Eu queria te contar que não dói mais. Só que agora não importa tanto o que você
vai pensar sobre isso.
Queria que você soubesse que já vi nossos filmes milhares de vezes e nem chorei.
Ok, chorei. Mas  pelo filme, e não por você
Queria que você soubesse que tirei a poeria das nossas músicas, e que as ouço
quase todos os dias. Porque elas me faziam mais falta do que você fez.

Os nosso lugares não são mais nossos. Eu já voltei lá com outras pessoas, e
escrevi lá outras histórias...
Eu estou aprendendo a tocar violão. E a primeira música que toquei foi aquela
música que era uma espécie de hino pra nós dois. Ela é tão linda... e sim, ela
continua sendo muito nossa e lembrando demais você. Mas ainda sim, não dói.
Você não pergunta essas coisas, mas sei que gostaria de saber. Porque te
conheço. E isso não mudou.
Do mesmo jeito que adivinhei as coisas ruins que você aprontaria, eu sei as coisas
boas que ficaram aí em você e te fazem lembrar de mim.

Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a
gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o
tempo apaga.
E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os
olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a
cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vivi tentando deixar pra trás.

(Então eu pego o passado, e transformo em poesia-ou-coisa-assim.)


sábado, 13 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"Eu te amo. Mesmo negando.
Mesmo deixando você ir.
Mesmo não te pedindo pra ficar.
Mesmo não olhando mais nos teus olhos.
 Mesmo não ouvindo a tua voz.
 Mesmo não fazendo mais parte dos teus dias.
 Mesmo estando longe, eu te amo.
E amo mesmo. Mesmo não sabendo amar."

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rui onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias.
E se ela se afogar, se recupera.
Estranho e que ela já apanhou de mais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça... ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí  você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça - que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca - levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário... Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros vieram ao mundo."

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"Te desejo uma FÉ enorme.
Em qualquer coisa, não importa o quê.
Desejo esperanças novinhas em folha, todos os dias.
Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo.
Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso.
Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as
mentiras e as verdades sejam impermanentes.
Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito.
Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.
Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia
suficiente para não abrir mão de se sentir feliz.
As coisas vão da certo.
Vai ter amor, vai ter FÉ, vai ter paz - se não tiver, a gente inventa.
Te quero ver feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma.
Certo, muitas ilusões dançaram.
Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter
algumas esperanças acesas, como velas.
Repito sete vezes para dar sorte: que seja doce, que seja doce... e assim por diante.
Que seja bom o que vier, pra mim, pra você."

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Agosto: às negras lendas deste mês de cachorro louco. 

"(...) e me dá uma saudade irracional de você. Uma vontade de chegar
perto, de só chegar perto, te olhar sem dizer nada, talvez recitar livros,
quem sabe só olhar estrelas... dizer que te considero - pode ser por
mais um mês, por mais um ano, ou quem sabe por uma vida - e que
hoje, só por hoje ou a partir de hoje (de ontem, de sempre e de
nunca), é sincero."

Caio F.

domingo, 7 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"(...)Por isso eu acho que a gente se engana, às vezes. Aparece uma pessoa
qualquer e então tu vai e inventa uma coisa que na realidade não é. E  tu vai
vivendo aquilo, porque não aguenta o fato de estar sozinho.'

"Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados.
Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam.
Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero
domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e
travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não
cansa."

'As vezes, sobretudo agora, verão e lua quase cheia, me surpreendo melancólico
pelas noites a suspirar na casada espanhola, com vontade de chorar. Choro
quando consigo. Ou ouço Caetno cantando Contigo en la distancia, e choro
mais: Não tenho pena de mim, mas por vezes sinto falta de amor. Fico sempre muito só'.

"Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonhos demorados
quanto minha insônias insuportáveis."

"Por tudo que há de mau no mundo, eu mereço o máximo do bom. Sem culpa."

sábado, 6 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

Porque a força de dentro é maior.
O que quero dizer é que não houve mesmo nada especialmente prévio. Nenhum
aviso, nenhuma suspeito. "Aconteceu sem um sino pra tocar" (...)
Só preciso de alguns abraços queridos, a companhia suave, bate-papos que me
façam sorrir, algum nível de embriaguez e a sincronicidade.
Não adianta, no momento que as pessoas se afastam, elas estão
irremediavelmente perdidas uma da outra.
O que vezenquando é puro engano: há pequenos agostos embutidos no
entremeio dos doidos setembros.
Sabe, para mim a vida é um punhado de lantejoulas e purpurina que o vento
sopra.
Eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha - e tenho
- pra você.
Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisa saber para
compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir.
Seja como for, continuo gostando muito de você - da mesmo forma.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Sugestões para atravessar Agosto - Caio Fernando Abreu

Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro - e também certa não - fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco. É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah!, escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente.

 Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormi, dormi muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons, deixam a vontade impossível de morar neles, se maus, fica a suspeita de sinistros angúrios, premonições, Armazenar víveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito critério de qualidade. Muitos vídeos de chanchadas da Atlântida a Bergman; muitos CDs, de Mozart a Sula Miranda; muitos livros, de Nietzache a Sidney Sheldon. Controle remoto na mão e dezenas de canais a cabo ajudam bem: qualquer problema, real ou não, dê um zap na telinha e filosoficamente considere, vagamente onipotente, que isso também passará. Zaps mentais, Emocionais, psicológicos, não só eletrônicos, são fundamentais para atravessar agosto.

Claro que falo em agosto burgueses, de médio ou alto poder aquisitivo. Não me critiquem por isso, angústias agostinas são mesmo coisa de gente assim, meio fresca que nem nós. Para quem toma trem de subúrbio às cinco da manhã todo dia, pouca diferença faz abril, dezembro ou, justamente, agosto. Angústia agostiana é coisa cultural, sim. E econômica. Mas pobres ou ricos, há conselhos - ou precauções - úteis a todos. O mais difícil: evitar a cara de Fernando Henrique Cardoso em foto ou vídeo, sobretudo se estiver se pavoneando com um daqueles chapéus de desfile e fantasia categoria originalidade... Esquecê-lo tão completamente quanto possível (santo ZAP!): FHC agrava agosto, e isso é tão grave que vou mudar de assunto já. 

 Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu - sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antônio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa de banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto,  viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ou gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.

Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques - tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informações para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire, a ex-lugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas - coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa se acusado de alienação. É isso mesmo, evasão, escapismos, explícitos.

 Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter de mais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco.

 

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

tantas vezes abri a mala
no meio da rua
em busca de alguma coisa tua

uma fotografia
um bilhete
um objeto esquecido
ao acaso

mas,
descuidado,
toda vez
que abro a mala
no meio da rua
sempre me foge
alguma coisas
tua

Ademir Antonio Basca

E eu me encho de lembranças tuas.
Ah, minha cara, pra q tantos planos?
Se eu só quero te amar, e te amar e te amar muitos anos.


Nando'Reis

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Palavras e Silêncio

Não ligo se estamos apressando o tempo nessa ânsia que temos de nos amar. Deixei de me importar com as regras no instante que pus os pés no trabalho, primeiro dia. Você veio tão cheio de sorrisos e sotaques e atenção, que me permitir cativar sem volta. Sem avanço, porém. Só cativo. Admiração doentia minha, até que. (...) Deixa o tempo ser nosso, fugindo de todo o estereótipo imposto pela sociedade, desenhando nossas linhas de acordo com nossas vontades, com nossa necessidade e nossa pressas de se amar, de se entregar. Eu te quero um bom bocado, perto, mais que presente. Dormi no teu cangote algumas vezes, engolindo um 'eu te adoro' bem gigante [...]


Maria Fernanda
-Devíamos ter mais opções de escolha.
-Como assim?
-Escolher de quem gostar, por exemplo...
-Isso não dá.
-E se desse, o que você faria?
-Ainda assim, escolheria você.

Caio Fernando Abreu
Poderíamos casar, teríamos um apartamento, tomaríamos café as cinco da tarde, discordaríamos quanto a cor das cortinas, não arrumaríamos a cama diariamente, a geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário, de porcarias, adiaríamos o despertador umas trinta vezes, sentaríamos na sala de pijama e pantufas, sairíamos pra jantar em dia de chuva e chegaríamos encharcados, nos beijaríamos no meio de alguma frase, você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivos e você perguntaria porque, eu não responderia, saberíamos.

.Caio Fernando Abreu