domingo, 14 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

Eu queria te contar que não dói mais. Só que agora não importa tanto o que você
vai pensar sobre isso.
Queria que você soubesse que já vi nossos filmes milhares de vezes e nem chorei.
Ok, chorei. Mas  pelo filme, e não por você
Queria que você soubesse que tirei a poeria das nossas músicas, e que as ouço
quase todos os dias. Porque elas me faziam mais falta do que você fez.

Os nosso lugares não são mais nossos. Eu já voltei lá com outras pessoas, e
escrevi lá outras histórias...
Eu estou aprendendo a tocar violão. E a primeira música que toquei foi aquela
música que era uma espécie de hino pra nós dois. Ela é tão linda... e sim, ela
continua sendo muito nossa e lembrando demais você. Mas ainda sim, não dói.
Você não pergunta essas coisas, mas sei que gostaria de saber. Porque te
conheço. E isso não mudou.
Do mesmo jeito que adivinhei as coisas ruins que você aprontaria, eu sei as coisas
boas que ficaram aí em você e te fazem lembrar de mim.

Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a
gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o
tempo apaga.
E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os
olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a
cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vivi tentando deixar pra trás.

(Então eu pego o passado, e transformo em poesia-ou-coisa-assim.)


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