domingo, 11 de dezembro de 2011

das cartas escretas, nunca entregues.


Porque eu tenho tido saudade de você, saudade de nós dois, das nossas tardes ensolaradas e nossos dezembros intermináveis. Eu era tão apaixonada. E conhecia cada pedaço seu. Porque num abraço eu guardava todos os teus medos. E você despejava sorrisos no meu rosto quando levava a dor embora. Eram tão bonitas nossas saídas de verão. Eu adorava contar as batidas do seu coração. Lembra do dia da chuva? Que a gente se atrasou? E ficamos bem mais do que devíamos? Querido eu nunca mais conheci abrigo tão seguro quanto teus olhos castanhos. E nem ninguém tão gentil… Então me desculpe por ter partido sem você. Se suas palavras não me comoveram. Mas é que eu já tinha feito uma escolha. Desculpe-me por não ter ficado. Me desculpe pelas lágrimas corridas. Não espero um retorno, nem mesmo perdão. Você sempre teve razão. Todo mundo teve. Só eu que não vi. Mas eu escrevo mesmo é para agradecer.
Então obrigada pela saudade linda, e memórias adoráveis…

*Chuva de Inverno

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Existe um único antídoto para a falta de tempo. Um único. Estar apaixonado. Esquecer de si para inventar o desejo. O desejo transforma-se no próprio tempo. Tudo é adiado. A dispersão nos leva a reparar nas janelas, nos interruptores, nos sapatos dos colegas. As córneas se abaixam. Nada mais tem tanto significado do que se aprontar, ensaiar e aguardar perfumado o encontro. Passar as roupas é uma necessidade. Os vincos são desafiados com inusitada paciência. Depilamos a agenda. Compromissos sérios pulam de casas e horários. Antes imutáveis, as reuniões trocam de vôo de modo nervoso. O trabalho passa violentamente rápido. Não há o medo de ser demitido, o medo de se proteger, o medo de repetir as relações passadas, a segurança de prever. Cada um assume uma condição noturna, intermitente, o olhar abobado e a vontade excessiva. A imaginação pára a escrita em um só nome. Aconselho a quem não tem tempo: apaixone-se. Perca a cabeça na guilhotina. Entregue seus pés para a espuma. Permita a cintura subir como um chafariz. Não pense que vai dar errado. O que pode dar errado já aconteceu antes. Dentro do tempo.

.Fabrício Carpinejar.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Menos.

por: MF. Mais Do Mesmo É Preciso Dar Vazão Aos Sentimentos;


Eu gosto é de detalhes, de surpresas, de gente que observa. Sou daquelas que muito pensa e pouco fala. e quando fala, fala, fala, fala, mas sem dizer nada - deixo tudo subentendido nas entrelinhas. Acontece o mesmo, mas mais explícito, quando escrevo e, se quer saber, eu prefiro mil vezes escrever. Desisti de por em prática falar, como uma vez me disseram: você tem que falar o que sente, MF, ninguém é obrigado a ficar adivinhando. Ok. Eu tentei, juro que tentei. Mas não adianta, não mais. Desacreditei na eficácia, talvez... E agora vejo a vida passar, a rotina se infiltrar pelas beiradas sem nada de novo. Nadinha. Nem um frio na barriga sequer, nem um desafio qualquer nem nada digno de por estrelas nos olhos e alvoroçar borboletas cá dentro. Acho que nesse vício de engolir palavras, acabei matando uma a uma, por falta de espaço pra voar... Falta mais levez, mais ação, menos pensar. Mais notes sem dormir, mais seriados, mais filmes, mais lutas antigas e receitas impossíveis de recriar. Mais silêncio. É isso! Falta o silêncio que não é incômodo, a rede balançando perto do mar, o café recém coado, flor arrancada do chão, bilhete grudado no espelho. Falta um canto pra se esconder. Eu tenho querido tanto me esconder, só por uns dias, pra ver se me refaço e volto inteira e se perguntares o que foi que quebrou ou que parte de mim perdi, já adianto: não sei. Como, porque, aonde. Não sei... 'tá é faltando chacoalhar pra ver se volta tudo por lugar. Tirar a poeira da adrenalina, guardar o tédio no armário, sair sem ter hora nem lugar pra voltar, sem saber o que esperar e sorrir, suspirar e surpreender com o que tem na linha do horizonte, ali onde o céu se fantasia de mar. Falta é mais pores de sóis, mais rima, mais detalhes escondidos nos lençóis. Falta menos imaginação e mais verbo. Menos preocupação e mais toque, mais incertezas, mais insegurança, mais adrenalina, mais ovos no chão e nenhuma zona de conforto. Falta deixar o pensamento na soleira da porta e SENTIR. Só ir.
"Hoje acordei com você na cabeça. Pensei em seu sorriso e mentalmente te
mandei um beijo. Recebeu?"

Fernanda Mello
"Não carrego malas pesadas de mágoas, aprendi a reduzir a bagagem do coração. Sei que a perfeição anda a passos largos de mim, isso não me aborrece, deve ser chato acertar sempre. Tenho sonhos e projetos para o futuro, mas, por enquanto, meu caminho é a estrada do agora."

Renata Fagundes

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

"Amanhã é sempre um novo dia, e quando a infelicidade passar por aqui,
minhas malas estarão prontas para eu ir por ali."

Drummond
"Você deixou tudo a tua cara
Só pra deixar tudo
com cara de saudade."

Alice'Ruiz
Essa agonia que não cessa,
A minha rima que tem pressa...
Essa agonia que não cessa,
A minha rima que tem pressa...
E prontidão pra pôr a nossa história em seu lugar!
Vou armar minha rede na nuvem.

O Teatro Mágico

Até conhecer você, não era difícil arriscar uma definição para o amor.
É uma coisa que acontece com os outros.

Gabito'Nunes

mas já?

Daqui a pouco o ano termina. Com a ida dele, chega a expectativa. O desejo de fazer diferente, a vontade de modificar o que não está legal, a ânsia de crescer e abraçar todos os planos do mundo. Finais de ano servem de balanço, de balança. A gente vai e vem, o pensamento viaja, o coração faz retrospectiva, a mémoria guarda o que foi bom e tenta passar a perna na parte amarga.

Clarissa Corrêa
No fundo, mesmo lendo tanto, pensando tanto e filosofando tanto, a gente gosta mesmo é de quem é simples e feliz. A gente não se apaixona por quem vive reclamando e amassando jornais contra a parede, A gente se apaixona por esses tipinhos banais que vivem rindo. E a gente se pergunta: que é que ele tem que brilha tanto? Que é que ele tem que quando chega ofusca todo o resto?

Tati'Bernardi

falando de amor

Quando a gente ama só um sorriso já basta. Um abraço é a prova de que dois corpos podem sim ocupar, ao mesmo tempo, um só lugar no espaço. As palavras não precisam ser ditas para que sejam compreendidas - nos comunicamos só com o olhar. o olhar encanta.

Amar é não aceitar migalhas, pedaços, metades... é ser inteiro. é ser dois. dois em um.

Como diz Carpinejar,

"Não há nada mais agradável do que misturar os defeitos com as virtudes e perde
as contas na partilha."

.Juliane'Garcia

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

"Às vezes a saudade é tão grande que nem é mais um sentimento.
A gente é saudade."

domingo, 13 de novembro de 2011

"Eu queria que em um dia qualquer, você chegasse de fininho, me abraçasse apertado e dissesse: Senti sua falta."


Fico pensando às vezes como deve ser bom ligar e dizer "aconteceu algo terrível, sinto que não vou suportar" e ouvir "senta e me espera, to indo agora te ver".

Seria bonito, e as coisas bonitas não acontecem mais!

Eu enfrentaria o mundo com uma mão, se você segurasse a outra.
Caio F.

Caio F.

Ao som de: One and Only *Adele

Me entende, eu não quis, eu não quero, eu sofro, eu tenho medo, me dá a tua mão, entende, por favor. Eu tenho medo, merda!Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei. Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Vou ali ser feliz e já volto.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

"pois é, até onde o destino não previu..."

o meu coração às vezes dói tanto que meus olhos não suportam.
e o que me dói tanto é o cotidiano passando por mim, sem quase nenhuma poesia... tão
despercebido...

*# ela-aquariana
"A sua vida só vai pra frente depois que você se desapega das pessoas que te
levam pra trás."

Caio F.
"Passou pela minha cabeça voltar, mas o vento balançou os meus cabelos e
mostrou que o caminho é pra frente, reto e sem curvas."

Caio F.
Porque te dá um medo filho da puta: ser feliz, medo de amar, medo de ser bom. Tudo que faz bem pra gente, a gente tem medo.

Cazuza
Expresse seu amor sem medo e isso não será ridículo. Será lindo. Eterno.
Corajoso e generoso. Será importante. Grande. O maior dos gestos.

*Ana Canãs
Às vezes me assusto. É que todo mundo se preocupa com o lado de fora.
Eu me preocupo com o lado de dentro. Aquele que mesmo em silêncio grita.
Aquele que tenta nos dizer coisas que nem sempre queremos ouvir.
Aquele que pulsa, luta, retruca. Aquele que carrega a nossa essência.

Clarissa Corrêa

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

"eu só queria estar ali... sempre ao lado dela..."

não sei o que foi que nos uniu tanto. Se foram as brincadeiras desde pequeninas, se foram os segredos, as conversas de madrugada, os livros, a música. Eu realmente não sei.
Eu sei que hoje não há ela sem mim, e eu não existo sem ela.
E hoje quando eu vejo o sorriso dela maior que um girassol, maior que um sol, eu não me canso de dizer o quanto isso é bom.

"Se eu soubesse que um dia estaria aqui, eu nunca tinha chorado, nunca tinha reclamado e, tinha aceitado cada contratempo como um passo a mais pra te encontrar."

*Com açúcar, com afeto.
Um brinde à mim, que já passei por tanta merda
e continuo aqui,
de pé.

Tati Bernardi
... preciso de magia. Não consigo viver em preto e branco."

Nietzche
Vem me transformar em mais do que hoje sou:
mais forte e mais serena, mais confiante e mais dura -
mas também doce quando precisares.

Vem fazer de mim algo maior que eu.

Lya'Luft

domingo, 16 de outubro de 2011

Nem'Nua'Nem'Crua

...eu te quero tanto bem, e é um bem de fazer cafuné no seu cabelo e de te deixar cruzar o oceano em busca dos seus sonhos. Um bem quentinho quando te vejo dormir e certeza de que a felicidade é a colcha da nossa cama.

Nosso mundo se mistura porque somos inteiros entrelaçados, feito trança de cabelo, nada de metades que se completam, somos inteiros que escolheram viver de mãos dadas, dividindo idéias, discordando de atitudes, desamarrando nossos burros juntos. Se tudo fosse muito certo, alguma coisa estaria seriamente errada.

A gente se contradiz, a gente é aprendiz, palhaço, bailarino, poeta, flor, mas somos de verdade, não viramos personagem. Somos mistura de realidade e lirismo, de lágrimas e sorrisos, de abraços e despedidas, de gaiolas abertas, escolha certa, coração nos olhos, somos a semente do impossível plantada no solo da eternidade...

Trecho do texto: Nossos retalhos

.Renata Fagundes

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

"Meu coração se transforma
a cada experiência.
Mas ainda palpita,
sobressalta e se assusta.
Ainda é vulnerável
como quando eu tinha dez anos..."

Lya Luft
"Eu só queri uma coisa: que baixe um disco-voador e me leve pra bem longe desta mesma ci-vi-li-za-ção de pessoas cinzentas."

Caio F. [Pode ser que seja só o leiteiro lá fora - Teatro Completo]
A gente se contradiz, a gente é aprendiz, palhaço, bailarina, poeta, flor, mas somos de verdade, não viramos personagem. Somos mistura de realidade e lirismo, de lágrimas e sorrisos, de abraços e despedidas, de gaiolas abertas, escolha certa, coração nos olhos, somos a semente do impossível plantada no solo da eternidade...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Anoitecer

A garota prefere a noite do que o dia... O sol é orgulhoso demais.
Ela se sente mais ela na companhia das estreças e da lua, que sorri tímida quando não mostra toda a sua cara redonda.
É durante a noite que a garota pula, ri, dança, canta.

Se encanta.

Chora, lamenta, suspira, espanta.
As noites costumam ser mais mágicas, mais risonhas, mais "Alice" (com direito ao sorriso do gato)
São noites, ardentes, marcadas.
Noites que poderiam ser noites para sempre;

Mas o sol insiste em dizer "bom dia".
E no raiar do novo dia, a menina dá adeus pra noite e outro para a companhia*

(*seja ela de um simples e confortável travesseiro)

Palavras e Silêncio

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Maria Fernanda, por ela mesma.

Fui a menina cor sim, cor não. A garota que sorria com os olhos, que tinha o mundo na palma das mãos e sorria pelo simples prazer de sorrir. Vi o mundo refletido nos olhos das pessoas, vi pessoas que sorriam com os olhos e quis ser metade da razão daquele sorriso. Sim, eu gosto de dar motivos.
Possuo defeitos, como qualquer criatura normal. Não sou perfeita, embora sempre tente acertar os atos. Sou demasiadamente impulsiva. Nem sempre faço as coisas que gosto, mas faço o que acho que devo fazer. O "acho" sempre me assustou muito, essa falta de certeza das coisas criam 'n' pontos de interrogações, 'n' saídas e 'n' resultados negativos.
Aprendi (depois de muito quebrar a cara) a viver por viver, a curtir momentos e parar de cobrar de mais das pessoas. Peço apenas que me façam feliz, e isso basta. O resto é resto e não convém.
Sou geminiana, tenho dupla personalidade e isso assusta. A mim e aos outros. Se não assusta, confunde e eu não gosto disso.
Me apaixono muito fácil pelas pessoas. E gosto disso, apesar de que 'paixão' sempre tem fim. Pode durar uma semana, um mês, um ano... Mas acaba. Só que o tempo que se passa em estado de 'paixonite aguda' é tão bom, o mundo se torna tão mais colorido que vale a pena arriscar e se meter em paixões. (das mais variadas possíveis, mas uma de cada vez)
Não uso máscaras. Não crio falsos sorrisos, falsos momentos e não digo falsas palavras. Faço porque quero e por quem merece
Possuo inúmeras perguntas sem respostas na minha cabeça; inúmeras lembranças gostosas de serem relembradas; lugares que lembram pessoas; músicas que fazem parte da vida e esperança de poder viver tudo outra vez.

sábado, 1 de outubro de 2011

"Aqui, junto à janela, o ar é mais calmo.
Estrelas, estrelas, rezo."

(Clarice Lispector, Perto do Coração Selvagem)
'
'...elejo um pensamento bom por dia. Percebo a força que palavras doces tê. E sei que o que recebo é sempre um eco.'

Marla de Queiroz

Apenas começamos...

'... E nossa história  não estará pelo avesso
assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas para contar..

E até lá, vamos viver
temos muito ainda por fazer
não olhe pra trás
apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos.'

Renato Russo - Metal contra as nuvens 

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

coisa simples e boba, já dizia Caio, existe muito pouco.

alguém já te olhou por bastante tempo sem desviar?
em algum dia quando você menos esperava alguém disse que você era linda e irresistivelmente encantadora?
e aquele beijo surpresa que durou minutos incontáveis?
aquela mão procurando a sua durante a noite? o outro corpo procurando o seu.
alguém já teu deu alguma flor em um dia comum?
sabe: te roubar numa dessas tardes quaisquer e não querer te devolver pro mundo.
receber uma ligação sem que estivesse esperando.
entende? coisa simples e boba...


brigadeiro de panela também é simples e bobo né?

Deixa?

Deixa eu sentir saudades tuas sempre? Eu sei, é insano dizer. Mas tem noites - quase que a maioria, quando não estou contigo - que me pego pensando em você. E repensando e voltando a pensar até que o sono chegue. Demora, sabe? Isso de contar até três e sentir a respiração ficando serena só acontece quando é teu braço que me serve de travesseiro. Aqui, os lenções custam a esquentar, eu custo a aquecer e a respiração fica serena um tanto tardia. Vê a culpa de quem é, quando eu chego atrasada? No fundo, no fundinho mesmo, é toda tua, que tem noites que não se faz meu e eu fico aqui, alimentando uma saudade irrisória de tão boba. Improvável. É. Eu sei. Compreendi que as horas que passo trabalhando não supre a necessidade para matar saudade. Falta toque, por lá. E tem dias que falta troca de olhares, troca de palavras. E isso me inunda de uma melancolia que sei que não viria em outras semanas desses mesmo mês.
Felicidade é que passa, embora, talvez, eu não queira que passe. É boa essa saudade de querer mais (demais). De querer trocar o travesseiro fofo por teu abraço coberto e me esconder no teu pescoço cheiroso mascarado levemente com cigarro. Eu odeio admitir, mas tem uma parcela mínima nesse teu hábito feio que até acho bom, sabe? Deixa tudo mais a tua cara essa mescla de perfume com tabaco. Algo totalmente particular teu. Tão meu, sabe? Então? Posso sentir saudades sempre? Posso ser boba e alegre e apaixonada e encantada e um tanto chata e ciumentinha nas oito ponto oito horas e nas horas que vem depois? Posso? Deixa eu te inundar de mensagens, de recadinhos, de querer em? Promete que não sufoca?
Sonha acordada e faz planos mirabolantes.
Inventa novas cores pra enfeitar o desenho,
que é sempre do mais bonitos.
Espalha palavras doces pelo caminho
e espera que as letras sejam devoradas.
E são. Sempre são.

Os corações têm fome de afeto.

.Briza Mulatinho.
'Detalhes tão pequenos, são coisas muito grandes pra esquecer.. E a toda hora vão estar presentes, você vai ver...
Não importa os motivos da guerra, a paz ainda é mais importante que eles.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Caio F. Abreu

"... a ventania de primavera levando para longe os últimos maus espíritos do inverno, cheio de flores em jardins remotos."
"E eu sou um pouco mais estranha do que ser estranha permite.
Sou estranha além do charme de ser estranha."

Tati'Berbardi

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Não sabia de onde vinha.

Só sabia que sentia.

Olhando pro nada. Ela sorria. Poderia ter cometido um crime. Poderia amar em segredo. Poderia ter lembrado de coisas boas. Ela sorria. Como quem abafa um suspiro. Como quem guarda um segredo. Mas não era, nem segredo nem nada. Era felicidade e era muito. Perguntava de onde e por que. Mas não tinha resposta. Ou tinha.

- Não tem jeito meu bem, uma hora na vida a gente tem que ser feliz.

Então era.

'Vanessa'Leonardi

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

"... Deverias chamar-te claridade
pelo modo espontânea
franco e aberto
com que encheste de cor
meu mundo escuro."

Vinícius de Moraes.
Certas palavras podem dizer muitas coisas;
Certos olhares podem valer mais do que mil palavras;
Certos momentos nos fazem esquecer que existe um mundo lá fora;
Certos gestos,parecem sinais guiando-nos pelo caminho;
Certos toques parecem estremecer todo nosso coração;
Certos detalhes nos dão certeza de que existem pessoas especiais...

Vinícius de Moraes

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.

Vinícius de Moraes
Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...

Vinícius de Moraes

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Palavra e Silêncio

 Meu bom humor é de graça. Aceite. A cartilha do riso me ensina a enganar os olhos, se vejo a tristeza distraída pelos cantos, corto a volta. Aguento meu alto índice de alegria, minha poção mágica pro desespero. Aperte nas mãos meus caprichos e costura pequenos detalhes. Moro no acaso, o simples é minha corrente de esperança. Não aceito papel de má. E boazinha é um apelido quase feio. Fico no meio termo. A virtude não me atrapalha e o improvável sempre me aceita.

Às vezes escorrego, mesmo equilibrada na minha estante de conceitos. Aprenda a me ler. Apenas leia. Gosto de me esconder nas entrelinhas, de escapar nas vírgulas, de me perder nos pontos. Eu me faço, refaço, pinto e bordo do jeito estranho e poeta que sei ser. Carrego comigo o mundo, as músicas, as lembranças de que, teimosa, não sei me desfazer e sorrio com chuva nos olhos, porque sempre tem algo pra se esconder. Maquiagem de graça essa, discreta como só o beija-flor sabe ser. Vou plantando o riso nas esquinas, colhendo o amor estilhaçado e reconstruindo vidas, principalmente a minha.

Tem sempre algo que falta, tem sempre uma saudade infinita, tem sempre um amor antigo, um amor morrido e um amor novinho pra ser inventado. E se é assim, invento. E reinvento todos dias, botando mais açúcar quando dá vontade ou colorindo da cor que bem desejar. Mas tem que ser doce, aceite. Preciso da doçura caminhando lado a lado, do sabor de mel nos lábios, porque já estou calejada de amargura e acidez. Não, não, não.  Tem que ser doce, pra aguentar o peso de todas as mentiras esfoladas que são continuamente arremessadas sobre o nosso dia-a-dia.

Então, por favor, aceite. A embalagem que carrego é transparente. Meus olhos possuem a doçura como lacre. Vejo o que desejo. Fecho os olhos quando perco o tino. Porque não possuo o poder de não errar. Gosto de ser humana. Meus defeitos são gritantes e minha boca costuma cuspir silêncios rodeados de solidão. Não, eu não costumo ser sozinha. Eu ando rodeada de gente. É que ás vezes minha multidão é vazia. Não ria, eu crio personagens. É minha forma de lidar com esse teatro que está montado no peito. Eu sou artista sem platéia. Criança de palavras tortas, Menina que aprendeu a não julgar. Mulher que não se esconde quando quer gritar.

E você, me aceita?

Maria Fernanda Probst em parceria com Ju Fuzetto.
O que eu sou não lhe diz respeito, em parte nenhuma lhe toca. Mas se quiser mesmo saber de mim, experimenta não me perguntar. E talvez assim desperte minha vontade de contar.

.Verônica'Heiss

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

" - Às vezes sinto falta de mim.
- Eu também, menina.
- Sente falta de si?
- Não, de você... E dói.

(Silêncio)

- Me abraça?
- Sempre."

.Acasos'Afortunados.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Você pode ter todos os defeitos do mundo, mais ainda é melhor do
que o resto do mundo.

.Tati'Berbardi

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Parecia que alguém tinha recém pintado o céu, de tão azul. Respirei fundo. Setembro chegou enfim.

Caio F. Abreu

terça-feira, 30 de agosto de 2011

.todos os dias.

O dono de um lírio

Penso em você todos os dias
às vezes mais, às vezes menos
algumas vezes nos pensamentos antes de adormecer
outras nas correrias do dia-a-dia
mas só para você saber, sempre penso
talvez mais do que eu tenho suportado
pois a ferida começa a arder, sufocar
não sei o que fazer com os beijos,
não sei o que fazer com os planos,
não sei o que fazer com as fotos,
não sei o que fazer com as poesias,
sopra um vento frio, queria que você viesse
queria mais um minuto nos seus olhos,
queria te fitar de novo até adormecer
queria acordar mais uma vez no seu abraço
e fazer caretas com o guardanapo...
as coisas tolas são as que mais ficam,
o importante sempre é passageiro,
mas a gente nunca nota, não é?

Embora você tenha ido, arranjou um jeito de ficar.

PS: Eu ao você pequena. Sou um lírio de AGOSTO.

Cáh'Morandi

Caio F. Abreu

'Fazia muito tempo que eu não tinha vontade de sorrir para nada nem para ninguém, então era extraordinário que ele conseguisse assim perturbar os cantos de meus lábios.'

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Caio F. Abreu


E quando alguém, no plano real, toma forma, a gente imediatamente projeta toda aquela emoção presa na garganta do sonho. E fatalmente se fode, porque está tentando adequar/ajustar um arquétipo, uma imagem de toda a nossa infinita carência, nossa assustadora sede, a uma realidadezinha infinitamente inferior."

Mas estou aqui, continuo aqui não sei até quando,
e quando se você quiser, precisar dê um toque. E te cuida, por favor, te cuida bem.

"Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras; e por tudo isso, ando cada vez mais só..."

"Tenho dias lindos, mesmo quietinhos"

"Repito sempre: sossega, sossega - o amor não é para o teu bico. "

(...)Nessa trajetória também há lagos vermelhos preenchidos com gotas de sangue, todas minhas que derramei quando arranquei meu coração e o trancafiei num baú que só pode ser aberto por meu grande amor desconhecido. Há também o lago transparente, de lágrimas do pranto que chorei agradecendo a mim mesma por não ter colecionado gotas de sangue inimigo no rio vermelho.

O amor no fim é frágil, frágil para reagir, forte para esquecer.

" Às vezes, quando ainda valia a pena, eu ficava horas pensando que podia voltar tudo a ser como antes... "

"Não querer mais depositar esperanças em nada que pudesse vir de fora, já que de dentro nada mais viria (...)"

Caio F. Abreu

'Podia ser só amizade, paixão, carinho. admiração, respeito, ternura, tensão. Com tantos sentimentos arrumados cuidadosamente na prateleira de cima, tinha de ser justo amor, meu Deus?'

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"Engole teu coração e se ama por dentro."

Caio F. Abreu

Cansei de jogar indiretas.
Da próxima vez, jogo gasolina e acendo um fósforo.

Caio F. Abreu

"Pra manter-me vivo, saio à procura de ilusões (...)"

Caio F. Abreu

"Sabe o que eu sinto? Tem duas coisas me puxando, dois tipos de vida
 - e eu não quero nenhum deles. Quero um terceiro, o meu."

Caio F. Abreu

(...) Sem apego.
Sem melancolia.
Sem saudade.
A ordem é desocupar lugares.
Filtrar emoções.

Caio F. Abreu

"Tudo acontece no seu tempo. Tudo acontece, exatamente, quando deve
acontecer."

sábado, 20 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

Ainda insisto em desentortar os caminhos.
Em construir castelos sem pensar nos ventos.

Caio F. Abreu

'E de repente a vida te vira do avesso, e você descobre que o avesso é o seu lado certo!'

Caio F. Abreu

"- Meu filho, os caminhos estão muito mais abertos do que você imagina. Só que
eles parecem tortos. Mas é por esses caminhos que parecem tortos que você tem
que caminhar, e as coisas vêm ao seu encontro. Você só tem que escutar os
caminhos e seguir por eles."

'Onde Andará Dulce'Veiga?

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"Existe sempre alguma coisa ausente.
Acho que a gente tem que vencer. Ou lutar. E ficar bem. Feliz. Criar. fazer. Se mexer.
Vontade que você estivesse aqui e eu pudesse te mostrar muitas coisas, grandes,
pequenas, e sem nenhuma importância, algumas.
Eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas
aquilo que eu queria ver em você.

Um café e um amor. Quentes, por favor.

Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha
de volta. (...) É aceitar doer inteiro até florir de novo.
Não era possível evitar por mais tempo uma onda que crescia, barrando todos os
outros gestos e todos os outros pensamentos.
A verdade é que ainda hesito em dar um nome àquilo que ficou, depois de tudo.
Porque alguma coisa ficou.
Então que seja doce. repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar
entrar o sol.

Sinto uma falta absurda de você. Ficou um vazio que ninguém preenche. e penso e repenso e trepenso em você aí... Tá tudo bem assim.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"Eu carrego comigo uma caixa mágica onde eu guardo meus tesouros mais bonitos.
Tudo aquilo que eu aprendi com a vida, tudo o que eu ganhei com o tempo e que
vento nenhum leva. Guardo as memórias que me trazem riso, as pessoas que
tocaram minha alma e que, de alguma forma, me mudaram pra melhor. Guardo também a infância tingida de giz. Tinha jeito de arco-íris a minha.

O pouco é muito pra mim. O simples é tudo que cabe nos meus dias.

Eu vivo de muitas saudades. E quem se arrebenta de tanto existir, vive pra
esbanjar sorrisos e flashes de eternidade.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

De repente, estou só. (...) De repente.
Com a mesma intensidade estou em mim.
Dentro de mim e ao mesmo tempo de outras coisas, numa sequência infinita
que poderia me fazer sentir grão de areia. Mas estar dentro de mim é muito
vasto.
Minhas paredes se dissolvem. Não as vejo mais...

Itinerário - Caio F. Abreu: Inventário do ir-remediável

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"Eu só vim lhe desejar um dia lindo.
Com flores pelos caminhos que você percorrer.
Com gente feliz ao seu redor.
Com chuvas de sorrisos e de olhares que vem da alma.
Não importa se grandes notícias não virão hoje.
Que também não venha as más.
Que seu dia seja de paz.
Que você esteja em paz.
E que você olhe os problemas de cima, e as pessoas que você convive, com olho
no olho.
Que as palavras do dia sejam 'leveza', 'doçura', 'calmaria', 'tranquilidade'.
E que suas próximas horas sejam carregadas de pensamentos positivos e muita
paz no coração.
Só vim te desejar um ótimo dia.
Colorido e florido.

Amém.

domingo, 14 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

Eu queria te contar que não dói mais. Só que agora não importa tanto o que você
vai pensar sobre isso.
Queria que você soubesse que já vi nossos filmes milhares de vezes e nem chorei.
Ok, chorei. Mas  pelo filme, e não por você
Queria que você soubesse que tirei a poeria das nossas músicas, e que as ouço
quase todos os dias. Porque elas me faziam mais falta do que você fez.

Os nosso lugares não são mais nossos. Eu já voltei lá com outras pessoas, e
escrevi lá outras histórias...
Eu estou aprendendo a tocar violão. E a primeira música que toquei foi aquela
música que era uma espécie de hino pra nós dois. Ela é tão linda... e sim, ela
continua sendo muito nossa e lembrando demais você. Mas ainda sim, não dói.
Você não pergunta essas coisas, mas sei que gostaria de saber. Porque te
conheço. E isso não mudou.
Do mesmo jeito que adivinhei as coisas ruins que você aprontaria, eu sei as coisas
boas que ficaram aí em você e te fazem lembrar de mim.

Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a
gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o
tempo apaga.
E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os
olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a
cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vivi tentando deixar pra trás.

(Então eu pego o passado, e transformo em poesia-ou-coisa-assim.)


sábado, 13 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"Eu te amo. Mesmo negando.
Mesmo deixando você ir.
Mesmo não te pedindo pra ficar.
Mesmo não olhando mais nos teus olhos.
 Mesmo não ouvindo a tua voz.
 Mesmo não fazendo mais parte dos teus dias.
 Mesmo estando longe, eu te amo.
E amo mesmo. Mesmo não sabendo amar."

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rui onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias.
E se ela se afogar, se recupera.
Estranho e que ela já apanhou de mais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça... ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí  você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça - que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca - levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário... Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros vieram ao mundo."

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"Te desejo uma FÉ enorme.
Em qualquer coisa, não importa o quê.
Desejo esperanças novinhas em folha, todos os dias.
Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo.
Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso.
Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as
mentiras e as verdades sejam impermanentes.
Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito.
Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.
Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia
suficiente para não abrir mão de se sentir feliz.
As coisas vão da certo.
Vai ter amor, vai ter FÉ, vai ter paz - se não tiver, a gente inventa.
Te quero ver feliz, te quero ver sem melancolia nenhuma.
Certo, muitas ilusões dançaram.
Mas eu me recuso a descrer absolutamente de tudo, eu faço força para manter
algumas esperanças acesas, como velas.
Repito sete vezes para dar sorte: que seja doce, que seja doce... e assim por diante.
Que seja bom o que vier, pra mim, pra você."

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Agosto: às negras lendas deste mês de cachorro louco. 

"(...) e me dá uma saudade irracional de você. Uma vontade de chegar
perto, de só chegar perto, te olhar sem dizer nada, talvez recitar livros,
quem sabe só olhar estrelas... dizer que te considero - pode ser por
mais um mês, por mais um ano, ou quem sabe por uma vida - e que
hoje, só por hoje ou a partir de hoje (de ontem, de sempre e de
nunca), é sincero."

Caio F.

domingo, 7 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

"(...)Por isso eu acho que a gente se engana, às vezes. Aparece uma pessoa
qualquer e então tu vai e inventa uma coisa que na realidade não é. E  tu vai
vivendo aquilo, porque não aguenta o fato de estar sozinho.'

"Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados.
Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam.
Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero
domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e
travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não
cansa."

'As vezes, sobretudo agora, verão e lua quase cheia, me surpreendo melancólico
pelas noites a suspirar na casada espanhola, com vontade de chorar. Choro
quando consigo. Ou ouço Caetno cantando Contigo en la distancia, e choro
mais: Não tenho pena de mim, mas por vezes sinto falta de amor. Fico sempre muito só'.

"Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonhos demorados
quanto minha insônias insuportáveis."

"Por tudo que há de mau no mundo, eu mereço o máximo do bom. Sem culpa."

sábado, 6 de agosto de 2011

Caio F. Abreu

Porque a força de dentro é maior.
O que quero dizer é que não houve mesmo nada especialmente prévio. Nenhum
aviso, nenhuma suspeito. "Aconteceu sem um sino pra tocar" (...)
Só preciso de alguns abraços queridos, a companhia suave, bate-papos que me
façam sorrir, algum nível de embriaguez e a sincronicidade.
Não adianta, no momento que as pessoas se afastam, elas estão
irremediavelmente perdidas uma da outra.
O que vezenquando é puro engano: há pequenos agostos embutidos no
entremeio dos doidos setembros.
Sabe, para mim a vida é um punhado de lantejoulas e purpurina que o vento
sopra.
Eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha - e tenho
- pra você.
Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisa saber para
compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir.
Seja como for, continuo gostando muito de você - da mesmo forma.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Sugestões para atravessar Agosto - Caio Fernando Abreu

Para atravessar agosto é preciso antes de mais nada paciência e fé. Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro - e também certa não - fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco. É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah!, escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente.

 Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormi, dormi muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons, deixam a vontade impossível de morar neles, se maus, fica a suspeita de sinistros angúrios, premonições, Armazenar víveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito critério de qualidade. Muitos vídeos de chanchadas da Atlântida a Bergman; muitos CDs, de Mozart a Sula Miranda; muitos livros, de Nietzache a Sidney Sheldon. Controle remoto na mão e dezenas de canais a cabo ajudam bem: qualquer problema, real ou não, dê um zap na telinha e filosoficamente considere, vagamente onipotente, que isso também passará. Zaps mentais, Emocionais, psicológicos, não só eletrônicos, são fundamentais para atravessar agosto.

Claro que falo em agosto burgueses, de médio ou alto poder aquisitivo. Não me critiquem por isso, angústias agostinas são mesmo coisa de gente assim, meio fresca que nem nós. Para quem toma trem de subúrbio às cinco da manhã todo dia, pouca diferença faz abril, dezembro ou, justamente, agosto. Angústia agostiana é coisa cultural, sim. E econômica. Mas pobres ou ricos, há conselhos - ou precauções - úteis a todos. O mais difícil: evitar a cara de Fernando Henrique Cardoso em foto ou vídeo, sobretudo se estiver se pavoneando com um daqueles chapéus de desfile e fantasia categoria originalidade... Esquecê-lo tão completamente quanto possível (santo ZAP!): FHC agrava agosto, e isso é tão grave que vou mudar de assunto já. 

 Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu - sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antônio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa de banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto,  viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ou gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.

Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques - tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informações para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire, a ex-lugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas - coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa se acusado de alienação. É isso mesmo, evasão, escapismos, explícitos.

 Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter de mais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco.

 

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

tantas vezes abri a mala
no meio da rua
em busca de alguma coisa tua

uma fotografia
um bilhete
um objeto esquecido
ao acaso

mas,
descuidado,
toda vez
que abro a mala
no meio da rua
sempre me foge
alguma coisas
tua

Ademir Antonio Basca

E eu me encho de lembranças tuas.
Ah, minha cara, pra q tantos planos?
Se eu só quero te amar, e te amar e te amar muitos anos.


Nando'Reis

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Palavras e Silêncio

Não ligo se estamos apressando o tempo nessa ânsia que temos de nos amar. Deixei de me importar com as regras no instante que pus os pés no trabalho, primeiro dia. Você veio tão cheio de sorrisos e sotaques e atenção, que me permitir cativar sem volta. Sem avanço, porém. Só cativo. Admiração doentia minha, até que. (...) Deixa o tempo ser nosso, fugindo de todo o estereótipo imposto pela sociedade, desenhando nossas linhas de acordo com nossas vontades, com nossa necessidade e nossa pressas de se amar, de se entregar. Eu te quero um bom bocado, perto, mais que presente. Dormi no teu cangote algumas vezes, engolindo um 'eu te adoro' bem gigante [...]


Maria Fernanda
-Devíamos ter mais opções de escolha.
-Como assim?
-Escolher de quem gostar, por exemplo...
-Isso não dá.
-E se desse, o que você faria?
-Ainda assim, escolheria você.

Caio Fernando Abreu
Poderíamos casar, teríamos um apartamento, tomaríamos café as cinco da tarde, discordaríamos quanto a cor das cortinas, não arrumaríamos a cama diariamente, a geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário, de porcarias, adiaríamos o despertador umas trinta vezes, sentaríamos na sala de pijama e pantufas, sairíamos pra jantar em dia de chuva e chegaríamos encharcados, nos beijaríamos no meio de alguma frase, você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivos e você perguntaria porque, eu não responderia, saberíamos.

.Caio Fernando Abreu

domingo, 31 de julho de 2011

O amor não prende, liberta! Ame porque isso faz bem a você, não por
esperar algo em troca. Criar expectativas demais pode gerar decepções.
Quem ama de verdade, sem apego, sem cobranças, conquista o carinho
verdadeiro das pessoas.


Chico'Xavier
Até abraçar desaprendemos. Ninguém mais abraça com vontade. Com sinceridade de velório. Odeio abraço falso, como aquele beijo de frígida, no qual a face bate na face e os lábios se transformam em beiço. Abraço tem que ter pegada, jeito, curva. Aperto suave, que pode virar colo. Alento tenso, que pode virar despedida. É pelo abraço que testo o caráter do outro. Não confio em quem logo dá tapinhas nas costas. A rapidez dos toques indica a maldade da criatura. Não sou porta para bater. Nem madeira para espantar azar. Abraço com toquinho é hipócrita. É abraço de judas. De traidor. O sujeito mal encosta a pele e quer se afastar. Pede espaço porque não suporta os pecados dos pensamentos. Devemos fechar os olhos no abraço, respirar a roupa do abraçado, descobrir o perfume e a demora no banho. Abraço não pode ser rápido senão é empurrão. Requer cruzamento dos braços e uma demora do rosto no linho. Abraço é para atravessar o nosso corpo. Ir para a margem oposta. Nadar para ilha e subir ao topo da pedra pela gratidão de sopro. Sou adepto a inventar abraços. Criar abraços. Inaugurar abraços. Realizar um dicionário de abraços. Um idioma de abraços. O meu é o de cadeira de balanço. Giro nas pontas dos pés. Não largo, os primeiros minutos são apara sufocar, os demais servem para o enlaçado se recuperar do susto. Não entendo onde terminará o abraço. Se a pessoa vai chorar ou vai rir. Abraço é confissão. Dez minutinhos de sol e de liberdade.

Fabrício Carpinejar
Quantas palavras foram gastas para falar do silêncio. Quantos abraços foram aceitos impregnando o meu campo energético com um peso denso, e quantas vezes me protegi de uma carícia sincera. Quantas vezes suguei e fui sugada chamando isto de bondade. Quanto mais adequada eu tentava ser, mas eu me perdia do que eu era. E abafei minha loucura no peito comprimido para ser socialmente agradável. E escrevi coisas otimistas quando estava sofrendo de tanto medo. E ninguém sabia que aqui do outro lado eu estava chorando. E deixei que me julgassem sábia quando sou apenas mais uma buscadora tateando no escuro à procura da luz que pretendo beber a grandes goles.

Marla de Queiroz

sábado, 30 de julho de 2011

Será que não chega, já estou me repetindo
Eu vivo mentindo pra mim
Outro sim, outra "trip", outro tchau
Outro caso banal, tão normal, tão chinfrim
Às vezes eu até pego uma estrada
E a cada belo horizonte eu diviso o seu rosto
A faze oculta da lua soprando ainda sou sua

Tulipa Ruiz
Cuida bem da tua forma de ser,
amanhã o dia vai ser diferente de outro dia
A menina que da terra sempre espera que você fique aqui
e no fundo, bem no fundo, você sabe como isso é legal
ver alguém que entenda essa sua transição.

Tulipa Ruiz
"Pra não pensar na falta, eu me encho de coisas por aí. Me encho de amigos, bares, livros, músicas."

Tati Bernardi
"Salve-se quem quiser, perca-se quem puder!"

Leminski
"Um lugar deve existir, uma espécie de bazar onde os sonhos extraviados vão parar."

Chico Buarque
"Expresse seu amor sem medo e isso não será ridículo. Será lindo. Eterno. Corajoso e generoso. Será importante. Grande. O maior dos gestos."

Ana Cañas

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Algumas'Canções

O teu respiro me inspira
Expira e me mantém suave
Feito a ave quando encontra
seu ninho
Feito a vida quando me descobre
E o destino age como se fosse acaso
Quando no nosso caso já estava escrito
O dito pelo não dito nas canções
que ouvimos
Avarandadas em seus instintos
Que de tão lindas e exaustas
Do amor que fica quando passa
Anulando o medo que quer morada
E mais se afasta quando tuas mãos
Repousam sob meus futuros

Cáh'Morandi & Priscila'Rôde

terça-feira, 26 de julho de 2011

Somos finos como papel. Existimos por acaso entre as
porcentagens, temporariamente. E esta é a melhor e a pior
parte, o fator temporal. E não há nada que se possa fazer
sobre isso. Você pode sentar no topo de uma montanha e
meditar por décadas e nada vai mudar. Você pode mudar a si
mesmo para ser aceitável, mas talvez isso também esteja
errado. Talvez pensemos demais. Sinta mais, pense menos.
Charles Bukowski

sábado, 23 de julho de 2011