segunda-feira, 31 de janeiro de 2011


'E senti um amor imenso. Por tudo, sem pedir nada de volta.'

.Caio Fernando Abreu.

Borboletas


Voam em busca da luz, eu... do teu olhar.

"Se não for hoje, um dia será.
Algumas cosias, por mais impossíveis e malucas que pareçam,
a gente sabe, bem no fundo, que foram feitas pra um dia dar certo."

Acredite!

[Caio Fernando Abreu]

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011


Nesses dias de silêncio e distância maior ainda, não enlouqueço. Sinto como se tivesse anestesiada, imune a você. Penso com frequência, mais é algo tão nas beiradas, tão imaginário que, por uns minutos, a imagem fica nadando entre o real e o abstrato, até que deixo de acreditar e passo a crer que todo o conto de fadas foi mera invenção dessa minha mente doente. E sorrio, mesmo assim. Tem um quê de felicidade escondido, sempre presente, mesmo nos dias que a quietude é tanta, mas tanta, que chego a duvidar, de verdade, das coisas vividas, sentidas, tocadas e me amontoo na fragilidade que é te querer e me esqueço uns minutos e forço o pensamento a te encontrar, a te reencontrar, até que você dance fresco na memória, ainda que não saiba se é tudo imaginário, se você foi inventada. Eis que começa a tocar uma música no rádio do carro e eu começo a sorrir com chuva nos olhos, cortando a toda velocidade uma estrada que separa a rotina do litoral, uma daquelas músicas que eu não conhecia, mas que passei a ouvir sempre e sempre e toda vida, porque você me apresentou a ela. Ou então, esbarro, ao acaso, em algum amigo teu e ele toca teu nome. Ou passa uma propaganda na TV e eu saio num riso compulsivo de imenso alívio. Ou me lembro do toque, Do gosto, da intensidade das trocas de olhares. Do som do riso. Do tom das poesias. Do cheiro fresco do bom dia e da cor azul do teu céu particular e concluo recheada de alegria, que seria humanamente impossível inventar tudo isso.

"Eu vou inventar um novo amor que ainda não foi descoberto, feito pra não doer, nem adoecer.
Vou fazer pareses coloridas que derretem quando a tristeza chega perto, só pra sair da frente e deixar um vento com som de piano entrar... Vou inventar avós que nunca morrem e nem cachorros também... Eu vou inventar uma verdade sem problemas e um caminho doce para poder voltar e catar todos os caramelos que tiraram de mim... E mesmo que tudo dê errado, mesmo assim, não tem problemas. Eu deito no telhado de uma casa qualquer, olho pro céu e invento uma nuvem que chove sorrisos, bem em cima de mim".

(Vanessa Leonardi)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011


Dois dias de vontades escondidas, de sorrisos cheios de mistérios e uma saudade tua. Guardei o melhor de mim para quando te reencontrasse numa selva de concreto, com a rotina retomando os dias, trazendo o gosto quente de café morno. Invento uma desculpa, te levo um doce e tiro o máximo que posso de ti. Quis dormir com tua respiração no pescoço, com teus braços num eterno abraço de cobertor e com teus pés enroscados nos meus, fossem dez, quinze, vinte minutos. Uma noite inteira. Mas me enrosco em minha própria companhia, pego o mínimo de coberta possível e deito sem me mexer... Sonho com tua voz no ouvido, com o sol refletindo no mar e uma poesia tão inédita, que você nem chegou a escrever...


Eu gosto tanto de você que até prefiro esconder,
Deixo assim ficar subentendido.
(apenas mais uma de amor - Lulu Santos)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011


Não me surpreendo mais cada manhã que acordo com tua imagem dançando fresca em minha mente, tem sido todo dia assim. Sempre sonho contigo, ainda que sonhe bobo. Vê, por mais que seja bobo, nunca deixa de ser bom, ainda que você fique, por vezes, escondida nas dobrinhas, nas esquinas, nas estrelas. Há um punhado de você em meu sonho: você-você, você escondida nos detalhes, você sorrindo com os olhos, você dançando, você brincando, você acarinhando, você sendo você mesmo e um você fugido, mas sempre ali. E ainda que acorde sozinha, eu acordo sorrido, pela tua imagem tão fácil nadando na superfície dos meus olhos cheios de preguiça. Manhãs depois de abraços – reais, e não sonhados – sou capaz de sentir o teu cheiro na minha roupa e me esqueço uns segundos nesse teu aroma de menina-mulher. E arrepio inteira, sabendo que cada pêlo eriçado é fruto da lembrança do toque tardio, do toque passado. Me visto de saudades todas as manhãs e, por mais que me negue o fato, anseio e ensaio, dia inteiro, por te ver, por te sentir, por te tocar, ainda que só troca de olhares. Você me invade, eu me visto inteira tua e passa. E sonho.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O cheiro de brigadeiro inundava o corredor estreito. Eu caminhe lentamente, carregando uma felicidade diminuta, dessa que sempre me invadia quando pegava a porta lá em baixo aberta, recém cumprimentando algum morador. Gostava desse chegar sem prévio aviso, sem identificação. Apenas um bater na porta, ignorando por completo a campainha que berrava histérica. Três toques – toc, toc, toc - e a porta aberta por um sorriso de sol, daquele que esquentam por dentro. Ora vindo de uma moça de franjas curtas e jeito moleque, ora vindo de uma moça de rosto de porcelana e ora vindo embrulhado num abraço de barba por fazer e olhos de chocolate ao leite. Esse dia o riso veio abraçado. Voz e violão, pendurado feito chaveiro nos dedos da mão. Sorri de volta, entrando sem pedir licença e reclamando do brigadeiro já feito. “Quem fez?”, perguntei, um bico já se formando. “Eu mesmo”, respondesse. “Achei que você não vinha ou demoraria a vir”. E soltasse aquele riso despreocupado de desculpas, desnecessário. Dei de ombros, emburrei por charme e revirei os olhos, teatralmente. Ouvi tua gargalhada e um “você não existe”, enquanto você fechava novamente a porta e eu entrava em seu apartamento tão familiar e beijava com as bochechas outros rostos felizes. Sentei numa almofada fofa, pernas cruzadas e desejo de chocolate, logo saciado, pois você volto carregando o violão numa das mãos e a travessa de brigadeiro e morango noutra. Largou-a entre mim e as duas meninas tão irmãs e começou a cantar. John Mayer, Jack Johnson, Bem Harper. A sala se encheu da tua voz rouca e melodia suave, enquanto a tarde se vestia de pôr-do-sol, despedindo-se com classe e dando vez pra uma noite sem lua, fresca como as noites de novembro tendiam a ser. E íamos desse jeito despreocupado, o relógio pulsando sem pressa, a tigela vazia e as conversas infinitas. Quando cansamos de tanto nada-para-fazer, você se levantou, carregando um sorriso maroto e se escondeu no breu do teu quarto por míseros segundos, logo voltando e carregando entre os dedos três pequenos pacotes prateados... Um abraço triplo. Um “feliz natal” super antecipado e três anéis de borboleta, um para casa uma. Lembro que te beijei a testa e sussurrei um “vou sentir tua falta! E pedi para que você não demorasse a participar dos brigadeiros semanais. “Precisamos de trilha sonora”, argumentamos. Você nos abraçou brincalhão, feito irmão mais velho e, bagunçando meu cabelo, disse para que deixasse de ser boba: “Logo eu volto, bonita”...

“Logo eu volto, bonita... A promessa mais improvável daquele fim de ano.

E a tua ausência fazendo silêncio em todo lugar

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011


Eu tinha uma vontade louca de mudar minha vida
e apostar na tua até a última ousadia
Queria mesmo que você revirasse minha rotina
e enchesse de purpurina o céu do meu quarto
Que você viesse no impulso para me assaltar
me mostrar o perigo de encontrar alguém
E dentro desse alguém, o amor
Se você topasse ganhar o mundo comigo
e fizesse valer o sentido de perder o medo eu iria mesmo,
metia a cara, perdia o juízo
Me perderia na alegria de te pertencer
Por acaso ou descuido sempre tem um desvio, um trevo,
um beco a nossa espera
É nossa chance de pular do barco
E eu me lanço no vento que me joga dentro, fundo,
perto de onde você passa.


Cáh Morandi

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011



Eu te manterei trancado em minha mente
Até nós nos reencontrarmos...

Se alguém dissesse que daqui três anos
Que você iria embora
Eu me levantaria e socaria todos eles
Porque eles estariam enganados
Aquele último beijo
Eu vou guardar
Até nós nos reencontrarmos
E o tempo torna
Mais difícil
Eu queria poder me lembrar
Mas eu mantenho
Sua lembrança
Você me visita em meus sonhos...

Who Knew - Pink

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011


.Agora você me tem, agora eu tenho você. Nada mais importa. O resto? Ah, os restos são restos. E não importam.

"Tem gente que entra na nossa vida de forma providencial e se encaixa naquela história que gosto de imaginar: surpresas que Deus embrulha pra presente e nos envia no anonimato.
Surpresas que só sabemos de onde vêm porque chegam com o cheiro dele no papel."

Ana Jácomo

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011


"Tantas vezes eu dormi vazia e me enchi de você por tantos respiros frenéticos, contidos num espaço de segundo, na etapa curta do sono em que os sonhos acontecem e nada é tão grande que consiga separar a minha boca da sua, a nossa verdade da frieza simétrica do mundo. Tantas outras eu dormi cheia de esperanças e acordei com azia da vida por ter me empanturrado de sonhos e por não terem inventado ainda sal de frutas contra realidade. Mas você continua em mim. Eu posso desligar o computador, posso quebrar a televisão, nunca mais ler jornal, fechar os olhos, apertar os punhos, tapar os ouvidos, encher minha boca de tantas outras palavras, de tantos outros cantos que não falem de você. Mas não, nada adianta. Não te cantar não significa não te escrever nas minhas entrelinhas, tapar os ouvidos não significa não te ecoar o tempo todo dentro de mim, no escuro do que é ser eu. murros ao vento não impedem a dor, olhos fechados também conseguem chorar sua ausência. jornal, internet, televisão, fax, rádio, código Morse, sinal de fumaça... como se a nossa sintonia dependesse, mesmo, disso. É como naquele clipe do Foo Foghters: todas as certezas da minha vida bem na minha frente, depois da parede de vidro. Incontável o quanto eu prometi a mim mesma não te sofrer, não te lutar, não te falar à quatro ventos pra não te gastar em palavras. Mas você continua latente bem na minha frente, todos os dias, todos os minutos, em cada suspiro de alegria, tristeza ou vazio que saia de mim. Todas as manifestações de vida, na minha, são você. Toda a vida que eu guardei e gastei em porções mínimas, sobraram pra durar você. Eu que não sei de tantas coisas, continuo crente no que, pros outros, parece incerto. Eu que sempre fui tão imediata e fugaz, sento agora no cantinho mais confortável de mim, sem aquele desespero do começo, pra esperar você. Eu sei que você vem."

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

'Como doem as perdas para sempre perdidas, e portanto irremediáveis, transformadas em memórias iguais pequenos paraísos-perdidos.'


"Sonhei que você sonhava comigo. Parece simples, mas me deixa inquieto. Cá entre nós, é um tanto atrevido supor a mim mesmo capaz de atravessar — mentalmente, dormindo ou acordado — todo esse espaço que nos separa e, de alguma forma que não compreendo, penetrar nessa região onde acontecem os seus sonhos para criar alguma situação onde, no fundo da sua mente, eu passasse a ter alguma espécie de existência. Não, não me atrevo. Então fico ainda mais confuso, porque também não sei se tudo isso não teria sido nem sonho, nem imaginação ou delírio, mas outra viagem chamada desejo."

Caio F

(e desde então, venho sonhando...
mas esses sonhos me deixam frustrada,
porque em um breve segundo estou contigo,
e sorrio encantada com a possibilidade de te ter.
mas quando abro os ohos só vejo
a escuridão do meu quarto, e isso dói).

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011


Não pretendo te contar sobre minhas lutas mentais. Você terá nas mãos minha simplicidade e minha leveza, que podem não ser totalmente verdadeiras, mas foram criadas com muito carinho pra não assustar pessoas como você. Não vou ficar falando sobre a complexidade dos meus pensamentos, minha dualidade ou minhas dúvidas sobre qualquer sentimento do mundo. Vou te deixar com a melhor parte, porque eu sei que você merece. Guardo pra mim as crises de identidade e a vontade de sumir. Não vou dissertar sobre minhas fragilidades e minhas inseguranças. Talvez eu te diga algumas vezes sobre minha tristeza, mas só pra ganhar um pouquinho mais de carinho. Ofereço meu bom humor e minha paciência e você deve saber que esta não é uma oferta muito comum.
Se você tivesse chegado antes, eu não teria notado. Se demorasse um pouco mais, eu não teria esperado. Você anda acertando muita coisa, mesmo sem perceber. Você tem me ganhado nos detalhes e aposto que nem desconfia. Mas já que você chegou no momento certo, vou te pedir que fique. Mesmo que o futuro seja de incertezas, mesmo que não haja nada duradouro prescrito pra gente. Esse é um pedido egoísta, porque na verdade eu sei que se nada der realmente certo, vou ficar sem chão. Mas por outro lado, posso te fazer feliz também. É um risco. Eu pulo, se você me der a mão.


Um beijo pra menina dos meus sonhos.
'Cheiro de flor quando ri

‘Em uma quarta-feira 13 de Outubro.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011


Por onde quer que eu vá vou te levar pra sempre
A culpa não foi sua
Os caminhos não são tão simples, mais eu vou seguir
Viagem em pensamentos
Uma estrada de ilusões que eu procuro dentro do meu coração
Toda vez que fecho os olhos é pra te encontrar
A distância entre nós não pode separar
O que eu sinto por você não vai passar
Um minuto é muito pouco pra poder falar
A distância entre nós não pode separar
E no final, eu sei que vai voltar.

sábado, 1 de janeiro de 2011

'que tudo que mais lhe importa, floreça' Ana Jácomo


"Para você, desejo o sonho realizado. O amor esperado. A esperança renovada. Para você, desejo todas as cores desta vida. Todas as alegrias que puder sorrir. Todas as músicas que puder emocionar. Para você neste novo ano, desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família esteja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida. Gostaria de lhe desejar tantas coisas. Mas nada seria suficiente... Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos. Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto, ao rumo da sua felicidade".

Carlos Drummond de Andrade