sexta-feira, 28 de janeiro de 2011


Nesses dias de silêncio e distância maior ainda, não enlouqueço. Sinto como se tivesse anestesiada, imune a você. Penso com frequência, mais é algo tão nas beiradas, tão imaginário que, por uns minutos, a imagem fica nadando entre o real e o abstrato, até que deixo de acreditar e passo a crer que todo o conto de fadas foi mera invenção dessa minha mente doente. E sorrio, mesmo assim. Tem um quê de felicidade escondido, sempre presente, mesmo nos dias que a quietude é tanta, mas tanta, que chego a duvidar, de verdade, das coisas vividas, sentidas, tocadas e me amontoo na fragilidade que é te querer e me esqueço uns minutos e forço o pensamento a te encontrar, a te reencontrar, até que você dance fresco na memória, ainda que não saiba se é tudo imaginário, se você foi inventada. Eis que começa a tocar uma música no rádio do carro e eu começo a sorrir com chuva nos olhos, cortando a toda velocidade uma estrada que separa a rotina do litoral, uma daquelas músicas que eu não conhecia, mas que passei a ouvir sempre e sempre e toda vida, porque você me apresentou a ela. Ou então, esbarro, ao acaso, em algum amigo teu e ele toca teu nome. Ou passa uma propaganda na TV e eu saio num riso compulsivo de imenso alívio. Ou me lembro do toque, Do gosto, da intensidade das trocas de olhares. Do som do riso. Do tom das poesias. Do cheiro fresco do bom dia e da cor azul do teu céu particular e concluo recheada de alegria, que seria humanamente impossível inventar tudo isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário