segunda-feira, 29 de março de 2010

... o tempo que temos, se estamos atentos, será sempre exato.


Eu poderia ficar acordado só para ouvir você respirar
Ver o seu rosto sorrindo enquanto você dorme

Enquanto você está longe sonhando
Eu poderia passar minha vida inteira nessa doce entrega
Eu poderia me perder neste momento para sempre
Todo momento que eu passo com você é o máximo

Não quero fechar meus olhos
Não quero pegar no sono
Porque eu sentiria sua falta,
E eu não quero perder nada
Porque mesmo quando eu sonho com você
O sonho mais doce nunca vai ser suficiente
E eu ainda sentiria a sua falta,
E eu não quero perder nada

Deitado perto de você, sentindo o seu coração bater
Imaginando o que você está sonhando
Imaginando se sou eu quem você está vendo
Então eu beijo seus olhos e agredeço a DEUS por estarmos juntos
Eu só quero ficar com você
Neste momento para sempre, para todo o sempre

Não quero perder um sorriso
Não quero perder um beijo
Bom, eu só quero ficar com você
Aqui com você, apenas assim
Eu só quero te abraçar forte
Sentir seu coração perto do meu.


Beijos pra menina dos meus sonhos.

domingo, 28 de março de 2010

"Vejo flores em você"


Quantas vezes, em sonho, as asas da saudade
Solto para onde estás, e fico de ti perto!
Como, depois do sonho, é triste a realidade!
Como tudo, sem ti, fica depois deserto!


Sonho... Minhas alma voa. O ar gorjeia e soluça.
Noite... A amplidão se estende, iluminada e calma:
De cada estrela de ouro um anjo se debruça,
E abre o olhar espantado, ao ver passar minha alma.

Há por tudo a alegria e o rumor de um noivado.
Em torno a cada ninho anda bailando uma asa.
E, como sobre um leito um alvo cortinado,
Alva, a luz do luar cai sobre a tua casa.

Porém, subitamente, um relâmpago corta
Todo o espaço... O rumor de um salmo se levanta
E, sorrindo, serena, apareces à porta,
Como numa moldura a imagem de uma santa...


Beijos à menina dos meus Sonhos.

sábado, 27 de março de 2010

”Nas ondas de saudade que não param de quebrar...”


Sou feito de sentimentos,emoções, de luz, de amor.
Sou a voz que você ouve quando pede um conselho, sou quem te toma nos
braços quando necessita, talvez, agora, enquanto lê essas palavras, eu
esteja ai, ao seu lado, olhando dentro dos seus olhos como quem quisesse enxergar
o que teu coração demonstra, mais tarde... à noite, quando você se deita...
Sou eu quem nina seus sonhos sentado ao seu lado esperando você dormir...
dizendo que tudo vai ficar bem.

Se ao menos você pudesse me perceber,
se notasse o que sinto ao seu lado...
basta você querer, basta por alguns instantes esquecer seus problemas,
fechar os olhos, como se nada mais existisse, me deixe chegar perto de ti...
te abraçando... sinta meu coração batendo ao compasso do teu...
sinta que não está sozinho, nunca esteve!
Apenas esqueceste de olhar mais com os olhos do teu coração... Então abra
os olhos... veja os meus... me conheça.

Quem sou eu para pedir para que me note?
Apenas um anjo que se deixa levar por suas emoções, que desconhece o
que é errado... se entrega, se rende...
Vagando por estrelas, nuvens, pelo céu escuro da noite... olhando pelos
outros, despertando amores, anseios,
paz nas almas que fraquejam,
sentado ali de cima olhando você...
te observando... deixando, às vezes, uma lágrima cair e se fazer uma gota
de sereno que te toca os lábios...
lágrimas essa por não poder nada mais que apenas te ver... sentir sem poder tocar.

Manifestando através de pequenas coisas, como um sorriso sincero nos
lábios de alguém que você não conhece,
o toque de uma criança a te fazer carinho, palavras escritas nas páginas de
um livro que te chamam atenção,
palavras que mexem e emocionam o coração ditas do nada, como um
sussurro em seu ouvido... e se um dia uma brisa leve e suave tocar seu
rosto,
não tenha medo, é apenas minha saudade que te beija em silêncio.

Os humanos têm um hábito muito peculiar
de julgar seus semelhantes por sua aparência, de rotular pessoas as quais
nunca viram... apenas pelo modo como ela se apresenta...
porém, consigo ver dentro de cada um o que realmente são... e me assusto
algumas vezes em como podemos humanos
deixar-se levarem por embalagens, por invólucros... deixam de terem
muitas vezes ao seu lado verdadeiros tesouros,
amizades sincera, lealdade, companheirismos... simplesmente por não terem
gostado do rosto do indivíduo.
Imagine uma roseira cheia de espinhos,
ninguém acredita que dela pudesse brotar uma rosa tão bela, sensível e
delicada.

É do interior que nascem as flores.
Pude conhecer seu interior... me deparei com uma flor linda... e com muitas
qualidades.
Se preserve assim... muitas vezes é melhor sermos o que realmente
somos...
a viver como as pessoas acham que deveríamos ser...
Não existe ninguém melhor, ou pior que ninguém... apenas diferentes umas
das outras e essas diferenças são que mostram quem realmente você é.
Fico assim... Dizendo as coisas que me aparecem dentro do peito,
contando o que se passa em mim, como se estivesse desabafando...
pois DEUS nos fez para cuidar dos outros... e quem cuidará de nós?

Continuarei aqui...
meio que escondido, ao teu lado, te olhando, te sentindo...
esperando para que um dia você deixe seu coração "olhar" e me ver...
daí, enfim, poderia eu mostrar o quanto você é especial para mim.
Um poema deixado no ar, palavras implorando para viver como uma estrela
que o dia não vê e que espera a noite chegar para poder mostra-se, a
canção de amor que sai da sua boca...
são as coisas que sempre sussurro ao seu coração, tento traduzir emoções
que nunca senti antes, algo realmente novo para mim, paz, atração, paixão,
amor,
algo especial... Sincero... Verdadeiro.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Sonhos escondidos...


Seria melhor perguntar ao vento porque ele sempre se dobre em cada curva, mas o vento às vezes sopra longe daqui, esperar o vento é mesmo quem espera o amor que se foi. Nosso amor está perto, porém longe do coração, mas distante se nem distante se encontra esse amor, a saudade se prepara para atacar. A sobra dos sabores do amor é que atrai a saudade, vem como um animal sorrateiro, que nem cheiro vem sentir, como a essência do perfume que sobrou de ti. Tivera uma amostra, dessa tua virtude, com tudo que me prepara, entretanto preparado não está o coração, como se fossem anjos sem asas em resistir. O amor se nos dá asas não sei, mas o sereno da madrugada se mostra como sem tempo, em tempo, com tempo á resistir.
Como seria saudade depois de ti? Não me deste tempo para me acostumar, mas sempre o tempo vem como de costume, sem amor pra recordar. Se a saudade me faz chorar ao perceber que estou sem você aqui, quem dera essa saudade não viesse existir, futuro do amor com saudade, tem vontade de sumir. Sem conseguir tirar-te do coração, me sinto tão só, restando somente adentrar nesse mar, mas o rio dos sonhos vai desaguar em sua fonte de amor me afogar. Pena seria fazer tudo voltar ao começo, pois teria que sofrer outra vez, não tem coisa pior que sentir as coisas serem duas, com desejo de se repetir o que não serviu. Sinto-me preso entre as loucuras do que sem querer viesse aflorar, pós liberta-me do que só você saberia como me libertar, coração preso somente sabe sofrer enquanto, não sara, se é que sara.
Se somente amar e amar me viria livre dissabor, também sonharia com o mais completo amor, amar sem pudor, porque a saudade só vem depois do amor?* Acredito que ela seja a metade escondida, a forma de dizer que nem tudo acabou, que nem tudo foi em vão e ainda a restos de amor. Talvez seja por isso, que ao acabarmos, ela com um tom suave, com uma fala mansa, vem desacorrentar o adeus, as palavras sórdidas ditas de cabeça quente, o lugar vazio na mesa, trazendo o sabor da sobremesa que antes insípida.
A saudade renova sua face, tira a palidez sem cerimonias. A saudade é uma forma de lembrar de fatos congelados e registrados na mente, em fusão disso faz você lembrar de um passado, que por sinal ainda não está totalmente esgotado na sua vida, na sua intimidade e na sua rotina.
Não que a saudade só venha depois do amor, é que antes não havia espaço pra ela, o ambiente era rodeada de cumplicidade, e atenções eram dadas para outros casos. Não que a dor só venha depois do amor, é que por achar que tudo foi em vão, você chega a desacreditar no amor, chega a trapacear seu coração, com isso acumulo de lembranças te perturba, tira o sono e transita como sombra em tua morada. Não é que a lamentação só vem depois do amor, é que antes não sobrava tempo para lamentar, mesmo com a falta de apetite, a barriga apenas sentia um frio, que alimentava e que enganava. Não é tudo, vem só depois do amor, é que após você acordar pra vida, passara a observar, a verdadeira face de um ângulo diferente, sentiras o vento de um jeito indiferente, pelo simples fato de trazer o odor de um perfume, ouviras a música e acharas sem rima, e ao mesmo sem a proeza, também choraras ao ouvi-la desesperadamente, e perguntaras a si, porque isso só acontece com você, achando que o outro só porque tem uma vida diferente de sua é sinal que esteja feliz, e quando você morrendo aos poucos.
Então, se tudo vem depois do amor é por culpa sua, por se entregar e amar primeiro o outro, por deixar sua vida a ele, e em procedência disso as conseguências acabam tomando o lugar dele, acabam revelando segredos privados, de um gosto amargo. Não que o que te contem pode ser contido, o amor quando chega é como um furacão, e torna-se o personagem principal, e você de uma só vez leva todos pra assistir o espetáculo, come pipoca, sorrir, se emociona, se assusta, se acovarda, se impressiona e em suspense te assusta, e quando menos se espera, a pela acabou, e você era apenas um espectador cheio de expectativas e sonhos dissolvidos após ligarem à luz, contudo tudo acaba se desfazendo e aparecendo nitidamente depois do amor.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Pensamentos soltos... Traduzidos em palavras.



Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos porque? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrializadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido juntos e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mão é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidênciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Porque sofremos tanto, por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.

Como Aliviar a dor de que não foi vivido? A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!
A cada dia que vivo mais, me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...

quarta-feira, 24 de março de 2010

Viver é desenhar sem borracha...



Até quando?
Vou ter que esperar sua raiva passar?
Seu mau humor voltar ao normal.
Ser aquela pessoa rixa e natural.

Até quando?
Vai-me ignorar, achando que assim vai me maltratar.
Sem ao menos comigo falar.
Estou aqui a te esperar.

Até quando?
Pensas que será forte, me ignorando desse jeito.
Para com esse orgulho sujeito.
Eu sei que ninguém é perfeito.

Até quando?
Não darás oportunidade de apresentação.
Visto que vocês não me conhece em seu coração.
Não ouviu a minha condição, se pondo em suas mãos.

Até quando?
Tardei que esperar tua resposta, me virando as costas.
Só vejo em ti frases ataque, como se eu fosse inimigo.
Mas eu esperarei, o tempo que for.
Dar-te-ei em prova do meu amor, pedras e espadas,
Com flores encantadas.
E em versos, te ataco com toda humildade que resisto
Em minha alma.

Até quando?
Vai deixar o orgulho tomar conta de você.
Domar você, fazer mal a você.
Se escondendo nesta capa do que não, é!
Fazendo pirraça, fingindo não vê.
Que é a mim que quer ter.
Nem que seja como amiga!
Até quando?
Vou ter que te esperar?.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Eu te amo... Não diz tudo!



A demostração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida,
Que zela pela sua felicidade,
Que se preocupa quando as coisas não estão dando certo,
Que se coloca a postos para ouvir suas dúvidas,
E que dá uma sacudida em você quando for preciso.

Ser amado é ver que ele(a) lembra de coisas que você contou dois anos atrás,

É ver como ele(a) fica triste quando você está triste,
E como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d'água.

Sente-se amado aquele que não vê transformada a mágoa em munição na hora da discussão.

Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro.
Aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido.

Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é,
Sem inventar um personagem para a relação,
Pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.

Sente-se amado quem não ofega, mas suspira;
Quem não levanta a voz, mas fala;
Quem não concorda, mas escuta.

Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo!

quinta-feira, 18 de março de 2010

.desatino... Um barulhinho bom.



Sou eu que vou seguir você do primeiro rabisco até o be-a-bá
Em todos os desehos coloridos vou estar
E um sol a sorrir no papel
Sou eu que vou ser seu colega seus problemas ajudar a resolver
Sofrer também nas provas bimestrais junto à você
Serei sempre seu confidente fiel
Se seu pranto molhar meu Papel
Sou eu que vou ser seu migo vou lhe dar abrigo se você quiser
A vida se abrirá num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel
O que está escrito em mim comigo ficara guardado se lhe da prazer
A vida segue sempre em frente o que se há de fazer
Só peço a você um favor se puder
Não me esqueça num canto qualquer
Só peço a você um favor se puder
Não me esqueça num canto qualqer.


O lápis dos seus sonhos.

terça-feira, 16 de março de 2010

Coisas que eu sei...



Ideias um quanto insanas, um circo de desejos, brincos, coisas que eu tenho, e minhas fotos, lembranças, roupas, fantasias, sapatos, jeito, bolsas, e todas as viagens que ainda vou fazer! É um pouco arrumado, e tudo tão misturado! Meu gosto, chocolates e morangos cobertos com chantilly e amendoim, gotas de adoçante e muita corrida. Sorrisos e gargalhadas, tantas lágrimas, de um silêncio frio salto ao caos de um caldeirão ardendo em versos, prosas, críticas, elogios e ritmos. Então eu danço, rebolando em cada batida de tambores, um passo aqui, dois ali, e lentamente vou envolvendo gemidos e suspiro enquanto levanto as mãos e sinto os arranjos artificiais de uma vontade enorme de bem rodopiar. Repito as frases que eu gosto, e repriso meus episódios preferidos. Prefiro nada esperar, muito ousar, quase tudo experimentar, bastante me permitir, o suficiente ter, e tudo aprender. Aprendo com o sol batendo a minha janela para acordar com a sutileza de um afago morno todas as manhãs. Encho-me com a beleza das manhãs porque são únicas, e por singulares serem, exclusivo deve ser o bom uso que a elas darei. Deixo o vento invadir minha janela, para estudar cada toque de finura, passando despercebido, sendo indispensável. Eu sou vermelho, eu sou barulhento, eu sou quente, eu pulso, eu sou autêntico.

Beijos a menina dos meus sonhos

sexta-feira, 12 de março de 2010

Desenho flores quando não as alcanço...



Amo-te como a planta que não floriu e tem
dentro de si, escondida, a luz das flores,
e, graças ao teu amor, vive obscuro em meu corpo
o denso aroma que subiu da terra.

Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
amo-te diretamente sem problemas nem orgulho:
amo-te assim porque não sei amar de outra maneira,

a não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és,
tão perto que a tua mão no meu peito é minha,
tão perto que os teus olhos se fecham com meu sono.

quinta-feira, 11 de março de 2010

NEMnuaNEMcrua



Saudade é solidão acompanhada
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudades é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudades é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquele que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

quarta-feira, 10 de março de 2010

.DESATINO um simples desataque de sanidade.



Estava precisando fazer uma faxina em mim...
e fiz: Abrindo o armário.
Assim como jogar alguns pensamentos
indesejados fora, lavar algumas essências
que andam meio que enferrujadas,
pois já não brilhavam.

Tirei do fundo das gavetas lembranças
que não uso e não quero mais.
Joguei fora alguns sonhos, algumas ilusões.
Papéis de presente que nunca usei,
sorrisos que nunca darei,
joguei fora a raiva e o rancor
das flores murchas que estavam
dentro de um livro que não li.


Olhei para meus sorrisos futuros
e minhas alegrias pretendidas,
e as coloquei num cantinho,
bem arrumadinhas.
Fiquei sem paciência,
tirei tudo de dentro do armário
e fui jogando no chão:
paixões escondidas,
desejos reprimidos,
palavras horríveis que nunca queria ter dito,
mágoas de um amigo,
lembranças de um dia triste,
mas havia lá, outras coisas de bela!!!
Um passarinho cantando na minha janela...
aquela lua cor de prata que vi na praia,
o por do sol nas montanhas...
Fui me encantando e me distraindo;
olhando para cada uma daquelas lembranças.
Sentei no chão, para poder fazer minhas escolhas.
Joguei direto no saco de lixo
os restos de um amor que me magoou.


Peguei as palavras de raiva e de dor
que estavam na prateleira de cima,
pois quase não as uso,
também joguei fora no mesmo instante!
Outras coisas que ainda me magoam,
coloquei num canto para depois
ver o que faria com elas.
Se as esquecia lá mesmo
ou se mandava para o lixão.

terça-feira, 9 de março de 2010



Não, não ofereço perigo algum: sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro, definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto - se tomada com cuidado, verto água límpida sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto, mas se tocada por dedos bruscos num segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada. Tenho pensado se não guardei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, embora sempre os tenha evitado aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia, e mesmo assim insisto - meus gestos e palavras são magrinhos como eu, e tão morenos que, esboçados à sombra, mal se destacam do escuro, quase imperceptível me movo, meus passos são inaudíveis feito pisasse sempre sobre tapetes, impressentida, mãos tão leves que uma carícia minha, se porventura a fizesse, seria mais branda que a brisa da tardezinha.
Mas desde que, há duas semanas, uma cigana desvendeu as fracas linhas das palmas de minha mão, pouco sossego encontro até em meu próprio sossego: dois amores, ela apontou, um já passado, e com amargura localizei na memória aquele sôfrego Estudante, e outro em breve por chegar. Desde entõ, me desconheço. Abreviaram-seme as idas ao banheiro para molhar os pulsos e os lóbulos das orelhas, animando a circulação que se me estanca nas veias, por vezes olvido a torneira aberta e surpreendo-me a odiar minhas próprias tranças, as manchas roxas sob os olhos e tudo que me torna assim, fugaz. Mal posso conter um susto investigando o porte de cada homem que se aproxima, em cada esquina que dobro, em cada ónibus que tomo para ir e vir, sinto que busco prometido e me detesto por essa inquietação febril, pelo amor que desconheço e mal consigo supor, tão parca é minha vida de memória ou medidas. Esforço-me por dar-lhe pinceladas ténues, não me atrevo aos óleos nem aos acrílicos, é nos gaúches e sobretudo nas aquarelas que procuro o verde esmaecido de sua tez, mas por vezes alguma coisa se alvoroça e me surpreendo alucinada, incontrolável, a chafurdar em tintas fortes, berrantes cores primárias, formas toscas, símbolos sensuais, e é então que mergulho em banhos gelados no meio da noite para apaziguar a carne incompreensível, fremente qual Teresa d'Ávila, afogada entre lençóis, as palavras cigana me embalando feito uma berceuse, imagino se não será o próprio Senhor este que se aproxima, e não conheço. Em cada Julho, sei que não suportarei o próximo Agosto, me debato elaborando aquela futura tarde gris para encontrá-lo - não aqui, entre torpezas, mas numa outra dimensão de luz maior, além de meu próprio corpo, irmão-burro aprisionado pelos instintos, num espaço discreto e contido como eu mesma venho sendo através destas quase três décadas que, álgida, sobrepujei. Sobrevivo a cada manhã quando, cruzando as portas e corredores que me conduzem às ruas intermináveis, imagino sempre que sou invisível para cada um dos que passam. Ninguém suspeita de meu segredo, caminho severa pelas calçadas, olhos baixos para que minha sede não transpareça: ah sou tão morena e magrinha que ninguém me adivinha assim como tenho andado - castamente conzelada no topo deste morro onde os ventos não cessam jamais de uivar, tendo entre as mãos, como quem segura lírios maduros dos campos, uma espera tão reluzente que já é certeza.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Sonhos milimétricos.



Peguei-me a pensar nos sonhos em que sonho acordada... Nas rosas que pretendo te dar, nas mensagens que deixei de te mandar em quanto podia, nas palavras... Ah... As doces palavras que por diversas vezes hesitei-me em dizer-te. Talvez pelo simples fato de ter vergonha de demonstrar sentimentos puros. Dos sonhos em que sonhamos acordadas. E hoje confesso que parece que o mundo perdeu o brilho que tinha antes. Talvex ele tenha o mesmo brilho e sejam os meus olhos que estejam ofuscando a embriaguez da saudade que me corrói por dentro. Tiraram a nossa alegria debaixo da nossa felicidade... Então meio que sem querer deixei cair a mascara da minha felicidade e adotei uma dor triste e fria da sua ausência. Embriago-me todos os dias de saudade, uma saudade que não passa, que meses parecem ter se tornado em anos... O que faz aumentar ainda mais a tristeza da dor da suavidade da ausência. Parece que o mundo entrou em total sintonia... De silenciar a dor... A saudade. Então me pego a pensar: Porque tem que ser assim? Porque toda vez alguém chega e diz... A felicidade esta em primeiro lugar.Mais para uns... Preferem ver dor nos olhos e na alma do que a real felicidade. Então me sento no lago da saudade e fico a sua espera com uma rosa nas mãos e um sorriso largo, bem largo no coração.

domingo, 7 de março de 2010

Idas e vindas...

Quando o carteiro chegou
E o meu nome gritou
Com uma carta na mão
Ante surpresa tão rude
Eu nem sei como pude
Chegar ao portão.

Vendo o envolepe bonito
E no subscrito eu reconheci
A mesma caligrafia, que me disse um dia:
"Estou farto de ti".

Porém não tive coragem
De abrir à mensagem
Porque na incerteza...
"Será de alegria,
Será de tristeza?"

Tanta verdade risonha
Ou mentira risonha
Uma carta nos traz
E assim pensando rasguei,
Sua carta e queimei,
Para não sofrer mais.

sábado, 6 de março de 2010

Verdade


Então o céu se cobriu de um cinza chumbo... Era como se aquele fosse o último dia de minha vida, então suspirei cada segundo como se fosse o último. Fechei os olhos para sentir o cheiro da terra que o vento trazia, então pude ver o seu sorriso... Mais lindo do que nunca.

sexta-feira, 5 de março de 2010

A maior dor do vento é não ser colorido...


"Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais-por que ir em frete? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia - qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certa que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter cabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!"

quinta-feira, 4 de março de 2010

Confidência


... Perdão, é que por diversas vezes hesitei entregar-me a estas linhas... Mas está noite a caneta me chamou mais vorazmente, rompeu o silêncio mórbido do papel e soltou seu grito estarrecido... Penso em como te falar tais coisas, penso na lógica, afinal o que sinto está tão declarado em meus olhos... E é uma pena que gestos não sejam o suficiente! O que interessa no amor são as palavras, pois elas sempre ficam, e o tempo não as apaga... Por isso te escrevo, senhora da minha vida, para que tu me guardes em teu baú de relicários... Então te direi... Assim, desta forma singela, sincera, exata... Preciso te falar, ainda que nada te importe, essa ou aquela verdade... Preciso te revelar... Falar dos teus doces olhos, estrelas da minha vida! Olhos que jamais esquecerei neste meu vasto tempo de vida... Preciso falar... Falar da tua boca, teus doces lábios que ardem em mim sem que eu nem perceba... Preciso falar, amada minha... Falar de você... Escrever da brisa uma canção, para que no eterno seja ela recitada, união ao teu falar doce e suave... Ah! Como eu preciso te falar... Falar do meu amor... Meu eterno amor... Meu primeiro amor... Ele dormia em meu coração... Aí tu chegaste... Como vassoura de luz, limpaste minha alma e varreste os sinais... Acendendo uma chama vulgar em meu peito... É. Eu preciso te falar... Falar da imensidão dos meus sentimentos... Mas este pedaço vago de papel seria insuficiente... Então direi a lua, ao mar, aos céus, aos pássaros... Direi que TE AMO... Além de tudo... E eles te falarão... Então vai lá fora... Olha as estrelas... Sente a brisa leve tocar tua face... Meu amor está presente em tudo que te cerca... Ele é imensurável... Inatingível!! (...) E eu tanto escondi de ti estes meus escritos... Prendi meu eufórico coração... E hoje te escrevo... Te confesso... Me receio... Mas será necessário... Meu dever mostrar a você o quanto te necessito em minha vida... Em meu peito... Em meus sonhos... Sonhos que, todavia compartilhei contigo... Apenas você conseguiu olhar minha alma... Meus segredos... Apenas você... Só desprendas nossas mãos... Nem obstáculos que impeçam nossa caminhada... Quero morrer ao teu lado... Suspirando de felicidade... Olhando teus olhos... Admirando teu sorriso... E viveremos assim... Nós dois... Unidos... Eternos... Longe do mundo... Apenas nós... Nós e os pássaros... Numa casinha, uma singela casinha... Bem no lto... Lá no topo da COLINA!.

.Mirelly.