terça-feira, 18 de setembro de 2012

Contamos os dias para não esquecer o sorriso recitenciado.
Pois o cair da noite, por si só, nos guarda na memória,
Vibram na acústica inócua da alma, onde meus onténs somam a ti.
Amei, como nunca havia amado; e é como se a porta abrisse
E o escuro céu sumisse feito vento manso, afinal,
Quantos não sabem ou veem, o possível habitar dentro do outro?
Em mim te encontro e me permito a pausa para os arrepios;
Posso sentir o peso dos beijos nos ombros subir até minha nuca,
Como se houvesse um segundo, esquecido pelo tempo, para nós.
Não cogitei a possibilidade da lágrima, esta orla enfeitada nos olhos,
Que deixei repousar em tuas mãos enquanto eu te alcançava.
Não volte para me roubar, leva o que guardei das nossas histórias,
Ninguém chegou tão perto, sem ser teu peito, a sentir meu coração,
Tão pleno pulsando. Como se encontrou coragem de ir?
O fremir do tempo convoca teus espaços,
Pois minha saudade não é do seu agora,
Nem dos gestos anunciando os labirintos propostos,
Mas de um passado tão presente; do seu queixo quadrado;
De suas confissões precipitando a distância
Subverto assim destemida, tão cautelosa.
Urgente.
Uma eternidade para nosso amor.

Cáh Morandi & Fernanda Fraga

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