sexta-feira, 25 de março de 2011

'aquarela da saudade'

Diante desse colossal sono que a falta dela me trás,
A ausência me apanha a vontade de existir
Sem a terra dos nosso toques, habito as lacunas do viver
Um sol sem farol para aclarar essa dor e apagar a sombra que me 
nubla o peito
Um riacho sem entusiasmo ancorou sua correnteza na solidão e 
perdeu o motivo para desaguar em qualquer outro ventre
Afinal minha fruta tem sabor de nada se a boca que me abocanha não
tiver os lábios da amada
Lágrimas de letras, aquarela angustiada, mancham o branco lindo que
bem vestia nossa paz
Jazz o nosso "de hoje em diante! e a história passa a ser escrita "de 
cá para trás", batemos a porta o amanhã na cara da felicidade,
libertando da gaiola somente a araponga do passado, e em um vôo
franco, apenas as recordações alcançarão nosso céu, somente
lembranças transarão o nosso ardor
Um pouco morto... eu vivo! Por muito pouco... não levanto! Com
tanto pranto... não tenho socorro! Sem o seu sopro... meu vento é o
choro! De qualquer morro... desabo amargura! Na secura da 
saudade... atado me esqueço! De um grande amor... vencido despeço!
Meu preço no agora... é uma nota rasgada! O afeto se lançou da
escada... Partiu nosso sonho ao meio.

  • Caio Sóh

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