quarta-feira, 28 de março de 2012

Amor, não.

Queria poder te encontrar, uns segundos apenas
Ver se o tempo teria conseguido nos vencer,
Eu sinto que nem toda água do mar
Poderia apagar, levar, nossos dias
Nossas alegrias espontâneas
Nossa felicidade que só precisa
De um riso e de um mundo fictício

Sinto sua falta.

Talvez sinta tanta falta que passo
A vida deixando espaços vazios
Na esperança de que você pudesse preenchê-los
Você sabe, eu sou tão boba às vezes
E crio esperanças que serão em vão
Tenho quase certeza, não te verei mais
Não vou nunca mais sentir aquela sensação
De te ver pela primeira vez, a segunda, a vigésima
Não mais, não mais amar com as impossibilidades
Não mais descobrir teus lugares preferidos

Guardo teus poemas escritos da Irlanda,
Embora não saiba o que sou hoje na tua vida,
Quando leio aquelas palavras, posso ainda
Me sentir amada.
Se neva bruscamente em Nova Iorque,
Te imagino na solidão vagarosamente,
E estou de mãos atadas.

Não quero nada,
Não escrevo essas palavras pedindo amor,
Não me declaro criando qualquer expectativa,
pois sei que esse tempo não é mais nosso.
Só escrevo para não esquecer quem você foi
Naqueles dias de dezembro,
Escrevo porque preciso regar o lírio
Que você me fez acreditar ser.
Escrevo não porque te amo,
Mas porque ainda gostaria de amar.

Cáh Morandi

Nenhum comentário:

Postar um comentário